Em conferência de imprensa, após um plenário realizado em Portimão, Mário Nogueira disse que o Governo está a definir uma estratégia "tendo em consideração o que pensa que vai acontecer" nas próximas eleições. "É evidente que este Governo, aquilo que está a pensar, não é se vão ser eles ou o PSD. É se vão ser eles com maioria absoluta ou sem maioria absoluta", referiu, acrescentando que, no que respeita à situação dos professores, este Governo é "igual aos outros que o antecederam".
Na sexta-feira à tarde o secretário-geral da Fenprof vai participar numa reunião entre o Ministério da Educação e as organizações sindicais que representam os professores, antevendo que seja "muito dura e muito complicada". "Amanhã, o que nós vamos ter é uma reunião que se calhar vai durar pouco. Porque a única coisa que temos para dizer ao Governo é que esta proposta é inaceitável", declarou o líder da maior organização sindical de professores.
Mário Nogueira considera que a proposta do Governo em eliminar "mais de seis anos e meio" e recuperar "apenas dois anos, nove meses e 18 dias", no âmbito do descongelamento das carreiras, "desrespeita" os professores porque "apaga boa parte" da sua carreira.
"De 3.411 dias de congelamento apenas admite recuperar 1.108. Isso significa que estamos aqui a falar de um apagão verdadeiro e que as pessoas não admitem. E não admitem porquê? Porque trabalharam", sublinhou.
Os professores estão a mobilizar-se para uma semana de greves, entre 1 e 4 de outubro, que culminará com uma manifestação nacional no dia 5 de outubro. Na terça-feira, dia agendado para a greve na zona Sul, será distribuída aos turistas, na baixa de Faro, informação para denunciar "a situação de injustiça" que os professores vivem em Portugal, traduzida para inglês, francês e espanhol, referiu.
Até ao dia 15 de outubro terá de ser entregue na Assembleia da República a proposta de Orçamento do Estado para 2019. A última reunião negocial com o Governo realizou-se a 7 de setembro e terminou, como as anteriores, sem acordo.
Lusa