"Sobre o repositório de resíduos de Almaraz, o relatório da 38.ª sessão do Comité de Implementação da Convenção de Espoo, refere que o 'Comité tomou nota das informações prestadas em 27 de Janeiro de 2017 pelo partido político português PAN sobre a construção prevista do depósito temporário individual de resíduos radioativos na Central Nuclear de Almaraz, em Espanha", refere um comunicado divulgado pelo PAN.
O partido liderado por André Silva salientou também que foi nomeada a comissária Zdanevich para trabalhar esta questão e apresentar, até 15 de agosto, a análise das informações fornecidas pelo PAN para consideração na próxima sessão do Comité.
O trabalho inclui "uma lista de perguntas que podem ser endereçadas a Espanha para esclarecer o 'status' da decisão sobre a construção" do armazém para resíduos nucleares da central, localizada a cerca de 100 quilómetros da fronteira portuguesa.
A construção de um armazém de resíduos nucleares na central de Almaraz e a falta de um estudo de impacto transfronteiriço do projeto levou Portugal a apresentar uma queixa na Comissão Europeia, depois retirada, com a promessa de Espanha fornecer os dados pedidos, nos próximos dois meses.
Se os resultados deste trabalho forem "inconclusivos", Portugal poderá voltar a apresentar queixa na Comissão Europeia.
Espanha já disponibilizou documentos sobre o projeto, os quais estão em consulta pública, em Portugal.
"Por não ter obtido resposta do governo à pergunta feita ao Ministério do Ambiente a 5 de janeiro", o PAN avançou com uma denúncia junto da Comissão Económica das Nações Unidas (UNECE) para alertar a comunidade internacional para o incumprimento das Convenções de Espoo e Aarhus por parte de Espanha.
O partido português pretendia também acelerar as decisões que podem impedir a construção do referido depósito e "encerrar de vez a bomba relógio que é a central nuclear de Almaraz".
Vários partidos, assim como ambientalistas portugueses e espanhóis, têm vindo a defender que, ao construir o armazém, o Estado espanhol pretende garantir o prolongamento do funcionamento da Central de Almaraz até 2030.
Lusa