A inspeção técnica extraordinária ao curso de comandos destaca a "necessidade de se proceder a uma análise mais aprofundada da conjugação do treino físico militar com as restantes atividades de formação com características físicas, com vista a otimizar-se a relação carga física/período de recuperação, bem como relativamente à compensação alimentar adequada ao esforço físico, sendo desaconselhado o racionamento de água".
Dois militares morreram no treino do 127.º Curso de Comandos na região de Alcochete, no distrito de Setúbal, no dia 04 de setembro, e vários outros receberam assistência hospitalar.
De acordo com um comunicado do Exército, a mesma inspeção destaca o âmbito da gestão do risco: "foi identificada a necessidade de reforçar a preparação de formandos e formadores em matérias de saúde, permitindo-lhes uma melhor identificação dos sinais de alerta de sintomas de falência física e formas de mitigação da sua ocorrência".
Os inspetores também identificaram a "necessidade de rever e melhorar o apoio e a evacuação médico-sanitária".
Foi ainda "identificada a necessidade de se reforçar o controlo por parte do Comando do Pessoal com base nos relatórios finais de curso" e a "necessidade de se proceder a reforço do pessoal", designadamente na Secção de Formação do Regimento de Comandos.
No âmbito das provas de classificação e seleção, "foi identificada a necessidade de se proceder à revisão dos procedimentos relativos às entrevistas clínicas, ajustamento da bateria de exames médicos e melhor partilha da informação clínica".
Os inspetores recomendam igualmente ser necessário "rever e adaptar os programas de formação em conformidade com a metodologia estipulada pela nova doutrina de formação do Exército definida em 2013".
A inspeção decorreu entre setembro e novembro e o respetivo relatório foi concluído a 05 de dezembro.
Na sequência do relatório, o Chefe do Estado-Maior do Exército (CEME) determinou hoje a realização com "caráter de urgência" de uma avaliação do sistema de informação clínica relativa ao curso de comandos, cujos resultados devem ser apresentados até 20 de janeiro.
Lusa