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Portugal reforça segurança marítima no Mediterrâneo em operação da NATO

Portugal está disponível para participar na missão da NATO para o reforço da segurança marítima no mediterrâneo central, Sea Guardian, e mantém em perspetiva encontrar uma "alternativa terrestre" ao fim da missão no Kosovo.

Reunião dos ministros da Defesa da NATO: Ine Marie Eriksen Soreide (Noruega), Mihnea Motoc (Roménia), José Alberto Azeredo Lopes (Portugal) e Antoni Macierewicz (Polónia)
© Francois Lenoir / Reuters

A operação Sea Guardian, um dos pontos da agenda da reunião dos ministros da Defesa da NATO, que se iniciou esta quarta-feira em Bruxelas, visa o reforço da segurança marítima no mediterrâneo central, monitorização da região, proteção de infraestruturas e edificação de capacidades militares, como por exemplo a formação.

O ministro Azeredo Lopes frisou que "Portugal já anunciou que encararia favoravelmente um estudo sobre a sua participação" não com "cautela e caldos de galinha mas sempre com a perceção de que o orçamento para as Forças Nacionais Destacadas é finito, não é infindável".

Azeredo Lopes falava à agência Lusa à margem da reunião de ministros da Defesa da Aliança Atlântica, que decorre até quinta-feira no quartel-general da NATO, em Bruxelas.

A proposta de Orçamento do Estado para 2017 prevê um ligeiro reforço da dotação para as Forças Nacionais Destacadas, de 56 para cerca de 58 milhões de euros.

De acordo com Azeredo Lopes, ainda está a ser feito o "desenho da operação" no âmbito da NATO. Quanto ao tipo de participação de Portugal, o ministro disse que "não faltam hipóteses", invocando as qualidades demonstradas da Marinha e da Força Aérea no campo da segurança marítima.

"Seja um P3 (avião da Força Aérea) ou o avião C295 ou um navio, qualquer destas opções tem custos associados que não são despiciendos", assinalou.

Para Azeredo Lopes, no desenho da operação Sea Guardian será importante "demonstrar que não implica uma duplicação de esforços" relativamente à Operação Sophia - liderada pela União Europeia para lutar contra o contrabando e o tráfico de seres humanos no mediterrâneo sul e central.

Perante o anunciado fim da participação portuguesa no Kosovo, prevista para o fim do primeiro semestre de 2017, Azeredo Lopes adiantou que quer manter o mesmo nível de empenhamento das Forças Armadas portuguesas nas missões da NATO e isso significa não apenas manter o mesmo nível de orçamento mas também manter a natureza da missão, que no caso do Kosovo é terrestre, do Exército.

"Não estamos a falar só de dinheiro, estamos a falar da natureza do empenhamento. Tenho a convicção o mais positiva possível sobre o papel da Marinha e da Força Aérea neste tipo de operações, mas o equilíbrio com as boots on the ground (botas no terreno) é muito importante", assinalou.

A cooperação e a articulação entre a NATO e a União Europeia vai ser discutida na quinta-feira, com a presença da Alta Representante para a Política Externa e de Segurança, Federica Mogherini.

Lusa

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