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Representante da Tecnoforma diz que Passos Coelho foi consultor de 2001 a 2007

O representante legal da Tecnoforma garantiu hoje que Passos Coelho desempenhou as funções de consultor na empresa de 2001 a 2007, esclarecendo que a ligação do atual primeiro-ministro ocorreu posteriormente a ter sido deputado na Assembleia da República.

JO\303\203O RELVAS

 

Em conferência de imprensa realizada na sociedade de advogados que representa a Tecnoforma, em Lisboa, Cristóvão Costa Carvalho afirmou que Passos Coelho "foi remunerado pelos serviços prestados" à empresa.

Cristovão Costa Carvalho não revelou qualquer montante resultante da ligação de Passos Coelho à Tecnoforma, "principal mecenas do Centro Português para a Cooperação", organização não governamental (ONG) fundada pelo primeiro-ministro enquanto exercia o cargo de deputado (até 1999) e que "está inativa neste momento".

Refutando que o Centro Português para a Cooperação tenha sido "fundado pela Tecnoforma", o advogado sublinhou que a ONG tinha contabilidade própria, pelo que desconhece o valor dos reembolsos, que, hoje, no parlamento, o primeiro-ministro admitiu ter recebido a titulo de despesas de representação.

"Não posso responder. O reembolso é feito quando alguém apresenta um documento de despesa. A contabilidade da ONG nada tinha a ver com a Tecnoforma", disse o advogado, acrescentando que a empresa "prestou todos os esclarecimentos que foram solicitados" pelas autoridades judiciais.

Informou ainda que o Centro Português para a Cooperação tinha "como objetivo abrir uma universidade para fazer cooperação com os PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) e tinha também como objetivo angariar fundos europeus para criar a universidade".

O advogado afirmou ainda que desconhecia se o Centro Português de Cooperação, fundado por um conjunto de personalidades como Passos Coelho, José Penedo e Luís Marques Mendes, "funcionava nas instalações da Tecnoforma".

Acentuou ainda que continua a haver um "processo em aberto", em que a empresa "está a ser investigada", no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), no qual, acentuou, "haverá muito a esclarecer".

O representante legal da Tecnoforma disse ainda que a empresa vai agir judicialmente contra jornalistas e comentadores, pelo "monstro que criaram e que gerou uma grande confusão".

"Gerou-se um monstro jurídico e político que nada tem a ver com a Tecnoforma, que sempre participou no direito à investigação e informação, referiu o advogado, anunciando que a empresa "vai agir judicialmente contra quem ofender o seu bom nome".

Entre os visados - jornalistas e "comentadores que fizeram comentários recentes" - está "um membro do atual executivo", cuja identidade não revelou.

Lusa

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