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Casos suspeitos de Ébola serão internados mesmo contra vontade do doente diz DGS

As autoridades irão internar para tratamento as pessoas com critérios clínicos e epidemiológicos que as classifiquem como casos suspeitos de doença por vírus do Ébola, mesmo que essa não seja a sua vontade, revelou o diretor-geral da Saúde.

(Reuters/Arquivo)

Em entrevista à agência Lusa, Francisco George sublinhou que "é preciso salvaguardar o interesse público, que é um valor maior".

Em nome do interesse público, as autoridades irão garantir o internamento de todas as pessoas que apresentem critérios que os definam como casos suspeitos.

Estarão nesta situação as pessoas que, se estiveram nos últimos 21 dias num país afetado pela epidemia por vírus Ébola ou em contacto com um doente com infeção pelo vírus e apresentar febre superior a 38ºC de início súbito.

Questionado sobre a hipótese do doente considerado suspeito recusar o internamento, Francisco George disse que essa é uma questão que "não se põe".

"Mesmo que não sejam observados os princípios constitucionais que estipulam essas garantias individuais, neste caso, nós não vamos observar essas garantias". 

"Seguramente que todos os tribunais deste país iriam compreender", adiantou.

Para o diretor-geral da Saúde, em Portugal "há um risco muito baixo" da infeção chegar. 

"O grande problema está na costa ocidental de África, mais precisamente, em termos de risco, na Guiné Conacri, na Serra Leoa e na libéria", sublinhou. 

"São estes países onde a epidemia está sem controlo. Há aqui um grande risco, mas fundamentalmente nestas regiões", acrescentou.

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) para África indicam que a epidemia já provocou mais de 2.900 mortos.

A epidemia foi anunciada a 21 de março último. A 08 agosto, a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretou o estado de emergência de saúde pública.

Para Francisco George, "esta epidemia é dramática". 

"Estamos perante um problema como não era admitido que viesse a acontecer, desde sempre. Estamos perante uma situação de grande gravidade, mas não em toda a África".

"É um drama. Não sabemos neste momento antecipar o que irá acontecer nos próximos meses", disse.

 

Lusa

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