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Ensino Superior com corte até 1,5 % no próximo Orçamento de Estado

O Ensino Superior vai sofrer um corte abaixo  dos 1,5 por cento no Orçamento do Estado para 2015, que contempla um aumento  para bolsas, segundo informação hoje divulgada pelo Ministério da Educação.

De acordo com uma nota do Ministério, o secretário de Estado do Ensino  Superior, José Ferreira Gomes, reuniu-se hoje com o Conselho de Reitores  das Universidades Portuguesas e com o Conselho Coordenador dos Institutos  Superiores Politécnicos, precisamente para os informar sobre a preparação  da proposta de Orçamento para 2015. 

O Orçamento das Instituições de Ensino Superior para 2015 "está a ser  preparado com uma redução global prevista inferior a 1,5 por cento", afirma-se  no comunicado. 

E acrescenta-se: "Na definição do Orçamento para 2015, o Ministério  da Educação e Ciência teve a preocupação de manter o nível de atividade  dos Serviços de Ação Social e de definir um aumento do montante disponível  para bolsas em 2014/2015, em 2 por cento". 

O Ministério reconhece, segundo a mesma fonte, o "grande esforço de  contenção financeira" na gestão das instituições, devendo continuar "o trabalho  conjunto de racionalização de recursos, de reformulação da oferta formativa  e de reorganização da rede". 

Em julho, o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP)  tomou a decisão unânime de reivindicar, junto do Governo, que o orçamento  das universidades fosse "pelo menos o de 2013", como disse então à Lusa  o reitor da Universidade de Lisboa, António Cruz Serra.  

No Orçamento do Estado para este ano o Governo já tinha diminuído em  4,1 por cento as despesas com a Ciência e o Ensino Superior, áreas para  as quais tinham sido reservados 2,1 mil milhões de euros. 

Na proposta de Orçamento apresentada ainda no ano passado o Governo  previa poupar 27,3 milhões de euros em rescisões por mútuo acordo, aposentações  de pessoal de quadro e diminuição da contribuição do Ministério da Educação  e Ciência para a ADSE. 

Em maio passado, ao apresentar as linhas de orientação estratégica para  o Ensino Superior, José Ferreira Gomes tinha dito que o Governo pretende  associar o financiamento das universidades e institutos politécnicos aos  resultados dos alunos e à produção de conhecimento. 

" (...) será proposto um novo modelo de financiamento baseado na contratualização  com cada instituição da oferta educativa necessária para dar resposta às  expetativas dos estudantes e da sociedade. Fixados os objetivos quantitativos,  serão considerados fatores de qualidade sempre que existam indicadores auditáveis  e compreensíveis, que serão desenvolvidos em cooperação com as próprias  instituições", lê-se num documento distribuído aos jornalistas nessa altura.

"Quando começarem a fazer contas com o orçamento de 2014, além de se  irem enganar várias vezes, vai ser a tentação das Finanças de nos reduzir  a dotação do Orçamento do Estado", declarou Cruz Serra à Lusa, em julho,  insistindo numa transferência de verbas semelhante à estipulada em 2013.

Lusa 

     

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