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 FNE critica nova proposta de integração de docentes por não ter alterações

A Federação Nacional da Educação (FNE) criticou  hoje o ministério por apresentar, na ronda negocial, uma proposta sobre  as regras de integração nos quadros dos professores do ensino artístico  que quase repete a primeira versão. 

O ministro da Educação, Nuno Crato. (Lusa/Arquivo)
JOÃO RELVAS

A proposta apresentada hoje à FNE "mantém-se sem alterações de fundo,  em relação à primeira", disse à Lusa Lucinda Dâmaso, vice-secretária-geral  da FNE, à saída da segunda ronda negocial sobre o Concurso Externo Extraordinário  do Ensino Artístico, Música e Dança, que sentou à mesma mesa representantes  da FNE e do ministério. 

Tal como no final da primeira reunião, a FNE voltou hoje a sublinhar  a importância deste concurso que vai permitir a integração nos quadros "de  um número muito significativo de professores, que vivem num regime de grande  precariedade, tanto ao nível de vínculo laboral como de vencimento". 

O concurso destina-se aos docentes dos conservatórios públicos de música  e dança e das duas escolas de ensino secundário artístico especializado:  António Arroios, em Lisboa, e Soares dos Reis, no Porto. 

De acordo com o ministro da Educação, Nuno Crato, o concurso deverá  permitir a integração, já em setembro, de 130 docentes: 50 nas escolas do  ensino artístico e 80 nas sete escolas especializadas de música e dança. "São pessoas imprescindíveis ao funcionamento das escolas", sublinhou  hoje Lucinda Dâmaso, lembrando que estes professores, muitos deles com contratos  sucessivos há mais de uma década, não tinham aumentos salariais nem podiam  progredir na carreira.  

Apesar de reconhecer o valor da proposta, a FNE voltou hoje a apontar  os dois pontos de que discordam: a integração nos quadros ser apenas após  cinco anos de serviço e não três, como acontece com a restante função pública,  e existir apenas um concurso. "O concurso deveria ser regular e dinâmico", de forma a permitir que,  ao longo dos anos, os docentes que fossem cumprindo os requisitos pudessem  vir a ser integrados, caso fossem precisos nas escolas. 

A FNE voltou também a discordar da proposta do Ministério da Educação  e Ciência (MEC) que estabelece um mínimo de cinco anos de serviço efetivo  para que os docentes possam ser integrados nos quadros. 

Depois da delegação da FNE, o MEC recebeu representantes da Federação  Nacional de Professores (Fenprof) que, na semana passada, criticaram os  critérios para vincular estes docentes, defendendo que deveriam ser alargados  e flexibilizados. 

Lusa

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