"Não deixaremos, sobre os termos em que concluiremos o programa de assistência económica e financeira e sobre uma estratégia pós-programa, de solicitar reuniões para com eles poder debater essa estratégia de médio prazo", disse Passos Coelho.
O primeiro-ministro solicitou as reuniões após reiterar a "disponibilidade da maioria e do Governo" para o diálogo, frisando que essa disponibilidade não é só com o PS”.
No final da reunião de segunda-feira entre o primeiro-ministro e António José Seguro, o PS referiu que existia uma "divergência insanável" com o PSD e o CDS-PP sobre a estratégia orçamental para o país.
No entanto, Passos Coelho defendeu hoje que ter a "capacidade para encontrar pontos de convergência é sinónimo não apenas de inteligência política mas também de capacidade para gerar confiança no futuro".
"Mas de cada vez que chamamos os partidos à oportunidade de concretizarem com ideias próprias a estratégia material para obter essas metas, os partidos dizem que o que querem é mais défice ou mais tempo ou mais financiamento ou dizem simplesmente que não querem aceitar as medidas", disse o primeiro-ministro.
Para Passos Coelho, "só alguns é que fazem alguma coisa para corrigir as contas públicas", enquanto "os outros, como foi o caso do Partido Socialista, prometem fazer essa demonstração só se estiverem no Governo".
Passos Coelho defende que indicadores no estudo da OCDE mostram melhorias
O primeiro-ministro aproveitou para responder ao secretário-geral do PS, que tinha acusado o Governo de insensibilidade social, afirmando que existem indicadores no estudo da OCDE hoje divulgado que "mostram melhorias em muitos aspetos".
"Relativamente aos dez por cento dos portugueses com menores rendimentos, a sua média em termos nacionais melhorou face ao período pré-crise", frisou Passos Coelho.
"Também é verdade que, relativamente às condições que medem a desigualdade, também se encurtou neste período, de 0,36 para 0,34, o que significa que houve uma correção, embora muito ligeira, das desigualdades", defendeu o primeiro-ministro.
Para Passos Coelho, estes indicadores, a par com dados do relatório do FMI divulgado em janeiro, indicam que "houve uma preocupação muito grande deste governo em garantir a progressividade do esforço a pedir aos portugueses no processo de consolidação das contas públicas".
No debate quinzenal, o líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, já se tinha referido ao relatório do FMI para defender que Portugal está "no bom caminho" e a "criar bases sólidas e consistentes" de recuperação.
"É preciso paciência para ver isso refletido nas nossas condições de vida", considerou Luís Montenegro.
Lusa