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Corte permanente nos salários acentua empobrecimento

O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, considerou hoje que a intenção do Governo de tornar permanentes os cortes nos salários e nas pensões vai acentuar o empobrecimento em Portugal.

(Lusa/Arquivo)
Inácio Rosa

"Ficámos a saber ontem (quarta-feira) que os cortes nos salários e nas pensões vão mesmo passar de provisórios a definitivos. (Eles) Reduzem no plano do salário base, nas matérias pecuniárias, como subsídios e abonos, através da redução das indemnizações e através dos aumentos dos impostos", afirmou o sindicalista. 

Arménio Carlos reagia às declarações proferidas na quarta-feira pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, no parlamento, segundo as quais os salários e as pensões não voltam aos níveis de 2011. "Não podemos regressar ao nível salarial de 2011, não podemos regressar ao nível remuneratório das pensões de 2011", afirmou o primeiro-ministro.

"Ao aumentar os impostos, estamos a reduzir significativamente o poder de compra dos trabalhadores e pensionistas. Vamos ter uma acentuação do empobrecimento no plano interno e de dependência no plano externo", sublinhou Arménio Carlos. 

Na quarta-feira, durante o debate quinzenal, o primeiro-ministro recusou estar a negociar com a troika "nas costas dos portugueses", mas reiterou que considera que o país não pode regressar ao "nível salarial" nem ao "nível remuneratório das pensões" de 2011. 

Pedro Passos Coelho respondia ao deputado e secretário-geral do PS, António José Seguro, no debate quinzenal na Assembleia da República, que o desafiou a dizer "quais são os cortes que quer passar de provisórios a definitivos". 

E acrescentou: "Iremos apresentar ainda este ano uma proposta para que consigamos tornar mais sustentável a segurança social, como iremos apresentar uma proposta, como consta, aliás, do memorando de entendimento, relativamente a tudo o que envolve remunerações na função pública". 

Com Lusa

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