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Passos Coelho recebe reitores das universidades após anúncio de corte de relações

O primeiro-ministro recebe hoje representantes do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), uma semana depois de a entidade ter anunciado o corte de relações institucionais com Passos Coelho e de o seu presidente se ter demitido.

ANTONIO COTRIM

Na reunião, que decorre na residência oficial do primeiro-ministro,  em Lisboa, participará o ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, que,  na segunda-feira, em Bruxelas, revelou abertura para encontrar soluções.

Há uma semana, em Braga, o CRUP anunciou o corte de relações com o Governo,  na sequência das negociações sobre as dotações do Orçamento do Estado para  2014 e sobre a reestruturação da rede do ensino superior. 

No mesmo dia, o presidente do CRUP, António Rendas, anunciou a demissão  do cargo, face à "generalizada falta de diálogo" e à "quebra de compromissos"  por parte do Governo. 

Horas depois, o Ministério da Educação e Ciência indicou, em comunicado,  que o Governo assegurava "disponibilidade para ajudar" a garantir "o bom  funcionamento" das universidades no próximo ano, muito embora reconhecesse  que teve de tomar medidas orçamentais adicionais que afetam as instituições  do ensino superior. 

Na nota, o ministério adiantou que "manteve um longo diálogo com o CRUP"  durante a preparação do Orçamento do Estado, assegurando que "o impacto"  das medidas orçamentais adicionais "será modulado" durante a execução orçamental.

A tutela assinalou, também, que continua empenhada na reforma da rede  de ensino superior, revelando incompreensão por "qualquer abandono do processo  de trabalho conjunto". 

Os reitores das universidades queixam-se de um corte injustificável  de cerca de 30 milhões de euros no orçamento global das instituições para  o próximo ano e de limitações à contratação de pessoal, nomeadamente docente,  que, a seu ver, põem em causa o funcionamento das instituições. 

Em audiência parlamentar, a 05 de novembro, o CRUP alertou para o limite  financeiro das universidades e pediu flexibilidade para aumentar receitas  próprias, de modo as instituições poderem manter o seu funcionamento com  qualidade. 

Dias antes do anúncio do corte de relações do CRUP com o Governo e da  demissão do presidente do organismo, o secretário de Estado do Ensino Superior,  José Ferreira Gomes, assegurou que as universidades e os politécnicos vão  ter "mais flexibilidade" para contratar pessoal do que estava inicialmente  previsto no Orçamento do Estado, sem esclarecer de que forma tal será feito.

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