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Falta de 5 mil GNR nos quadros coloca militares em perigo nas operações, alerta associação

A Associação Sócio-Profissional Independente  da Guarda (ASPIG) alertou hoje para a falta de mais de cinco mil efetivos  na GNR, o que põe em perigo a segurança dos militares por falta de apoio  nas patrulhas. 

(SIC/Arquivo)

A morte de um militar da GNR na noite de sábado, durante uma operação  num restaurante no Pinhal Novo, levou hoje o presidente da ASPIG, José Alho,  a chamar a atenção para a situação em que trabalham muitos militares. 

"Quem padece são sempre os patrulheiros da guarda. São sempre os mal-amados  e são sempre os que morrem, porque são os que vão ao primeiro contacto.  Quando há alteração à ordem pública, não têm apoio porque há falta de efetivos  na atividade operacional, que é qualquer coisa do outro mundo", criticou  José Alho, depois de prestar condolências à família do militar assassinado.

O militar da GNR foi um dos primeiros a chegar ao restaurante, onde  um homem esteve barricado cerca de sete horas, tendo feito outros seis feridos,  dos quais quatro também são GNR. 

José Alho lembrou que o quadro orgânico da GNR definia a necessidade  de cerca de 28 mil efetivos, mas na realidade a GNR tem, neste momento,  menos de 23 mil.   

Além disso, os militares têm hoje "muito mais tarefas atribuídas" do  que estava previsto quando foi legislado o quadro orgânico: "Passámos, por  exemplo, a ter o Programa Escola Segura, os programas para idosos e as missões  internacionais, entre outras competências", exemplificou. 

Com menos efetivos e mais funções, alguns concelhos deixaram de ter  pessoal para fazer as patrulhas. José Alho diz mesmo que, no interior, existem  casos em que uma patrulha, com apenas dois homens, fica destacada para dois  concelhos. 

Sem apoios, estes homens que são os primeiros a chegar ao terreno e  acabam por ser os mais vulneráveis.  

"Todos os dias temos militares a serem agredidos. Todos os dias temos  detenções de pessoas por agredirem os militares", lamentou, considerando  que o ocorrido sábado à noite mostra que "a profissão de ser militar da  Guarda é uma profissão difícil e não pode ser comparada à Função Pública".

Para José Alho, a falta de controlo das fronteiras facilita a entrada  de criminosos no país e, por isso, defendeu ainda que "a Brigada Fiscal  deve ser reativada e deve ser acionado o controlo de fronteiras terrestres"  para "controlar as entradas de indivíduos com cadastro". 

"Há problemas que temos no nosso país por causa de indivíduos que não  são controlados. O Governo tem a possibilidade de urgentemente legislar  sobre esta matéria", defendeu. 

José Alho garante que, apesar de as autoridades expulsarem pessoas por  praticarem crimes, "eles entram novamente no país". 

O homem, de origem estrangeira, que esteve barricado cerca de sete horas  num restaurante no Pinhal Novo matou um militar da GNR e feriu seis pessoas,  tendo sido morto numa operação tático-policial pouco depois das 05:00. 

Lusa

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