País

João Semedo acusa Cavaco Silva de não querer exercer magistratura

O coordenador do Bloco de Esquerda João Semedo  acusou hoje o Presidente da República, Cavaco Silva, de não querer exercer  a sua magistratura ao permitir que o Governo continua governar em conflito  com o país e os portugueses. 

Andre Kosters

"Temos um Governo que está em conflito, que está em guerra aberta contra  o país e contra os portugueses, e é sobre esse conflito que Cavaco Silva  não quer exercer a sua magistratura (...) deixando que o Governo governe  da forma como governa", afirmou João Semedo, reagindo ao discurso o chefe  de Estado na sessão solene do 10 de Junho. 

Durante a cerimónia, que decorreu hoje em Elvas, o Presidente da República  disse recusar-se a exercer uma "magistratura negativa e conflitual" e envolver-se  em jogos entre maiorias e oposições, considerando que o contributo de um  chefe de Estado deve ser dado pela positiva. 

Mas para João Semedo, Cavaco Silva "diz que não quer ser um Presidente  de conflito, mas o que não diz é o que ele está a ser: um Presidente que  deixa um Governo em conflito com o país continuar a governar. 

O coordenador do BE considerou que o Presidente da República se "refugia  no passado e no futuro para fugir aos problemas e aos desafios que o país  tem no presente" quando "é no presente que se vê a magistratura do mais  alto magistrado da nação e a sua intervenção política". 

 João Semedo falava em Santarém onde hoje visitou a Feira Nacional de  Agricultura, certame que o deixou "surpreendido e satisfeito com tão elevado  número de expositores e uma afirmação tão grande de vitalidade da agricultura  portuguesa". 

Nada que, ainda assim, impeça o coordenador bloquista de sublinhar as  diferenças entre o desenvolvimento da agricultura industrializada e a de  subsistência, aproveitando para dizer que "não é exatamente verdade o que  o Presidente da República hoje disse sobre a autossuficiência alimentar"  do país que, João Semedo considera estar "ainda longe de estar garantida"  e de andar apenas "na ordem do 60%". 

Lusa    

 

Últimas