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Crato acusa sindicatos de transformarem alunos em "reféns" com greves às avaliações

O ministro da Educação acusa os sindicatos de transformarem os alunos em "reféns", com a convocação de uma greve geral que coincide com o primeiro dia dos exames nacionais do secundário. Em entrevista à TVI 24, Nuno Crato admitiu recorrer a todos os mecanismos legais para diminuir os efeitos da greve dos professores, até mesmo a uma requisição civil.

(arquivo)
JOÃO RELVAS

O ministro anunciou ainda que os professores vão trabalhar 40 horas semanais já a partir de Setembro, mas sem aumento da componente letiva.

Este alargamento do horário de trabalho é uma das principais razões para as greves às avaliações agendadas entre os dias 7 e 14 e para a greve geral que coincide com o primeiro dia de exames nacional, a 17.

Em reação às declarações do governante, o secretário-geral da Fenprof,  Mário Nogueira, considerou que "o Ministério da Educação é que está a transformar  os alunos em escudos, ao ter marcado para esta altura as negociações". 

Mário Nogueira explicou que os professores têm pouco tempo para fazer  valer as suas posições, uma vez que dentro de um mês começa a época de férias  e as decisões governamentais deverão ser para começar no início do próximo  ano escolar.  

"O ministro sabia que quando marcou para esta altura a apresentação  destas propostas gravíssimas  1/8mobilidade especial e alargamento do horário  de trabalho para as 40 horas semanais 3/8 que era uma altura complicada para  a luta", explicou à Lusa. 

Para Mário Nogueira, a entrevista do ministro "foi uma tentativa de  manipulação da opinião pública contra os professores e é mais uma acha para  a fogueira", ao anunciar que os professores vão passar a trabalhar 40 horas  por semana já em setembro, mas sem aumento da componente letiva.  

"Os professores têm um determinado horário de trabalho que se divide  em horas letivas e horas não letivas. Nessas horas não letivas há umas horas  de trabalho na escola e outras de trabalho individual que pode não ser feito  na escola. Se nós aumentamos o horário de trabalho global mas não aumentamos  as horas letivas, não vão ser necessários menos professores, porque o número  de horas letivas se mantem", explicou Nuno Crato em entrevista à TVI24.

Para o secretário-geral da FENPROF, as promessas de Nuno Crato não se  têm cumprido: "Não acredito. Já em janeiro dizia que não haveria mobilidade  para os professores, e afinal há. Os seus compromissos valem zero". 

Para Nuno Crato, os professores não podem ser uma classe de exceção  na funções pública.  

"Nós estamos dispostos a negociar mais medidas, mas não podemos dizer:  Toda a função pública passa a trabalhar mais 40 horas, menos os professores,  nem toda a função pública passa a ter a possibilidade de mobilidade especial  menos os professores. Nós não podemos fazer isso", declarou o ministro.

O alargamento do horário de trabalho de 35 para 40 horas semanais é  uma das principais razões para as greves às avaliações, agendadas entre  7 e 14 de Junho, e uma greve geral que coincide com o primeiro dia de exames  nacionais do ensino secundário. 

Mário Nogueira criticou ainda o facto de o ministério ter enviado o  novo despacho normativo sobre o próximo ano letivo ter  para os orgãos de  comunicação social mas não para os sindicados. 

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