José Gomes Ferreira analisou, esta sexta-feira, a atualidade política, as declarações do primeiro-ministro depois do “ralhete” do Presidente da República, numa declaração ao país ao início da noite de quinta-feira.
No fim da cerimónia do Prémio Camões 2021, o primeiro-ministro reagiu às declarações de Marcelo Rebelo de Sousa considerando que é normal a existência de divergências com Belém, mas desdramatizando a decisão de manter João Galamba no Governo.
“Mais cedo ou mais tarde teria de falar, mas é sintomático que o próprio PS ontem perante todos os partidos a reagir aquilo que foi um discurso duríssimo do Presidente da República, (…) não tenha dito nada. Aceitaram que as coisas não estão bem e baixaram a cabeça”, começou por explicar José Gomes Ferreira.
Apesar da “desanca” do Presidente da República, António Costa “não deu parte fraca”. O jornalista da SIC diz que as declarações de Costa foram uma tentativa de desviar a atenção em relação a duas questões.
"[Primeiro], João Galamba chamou diretamente o SIS? Então, se chamou porque é que ele não tem noção das suas competências como ministro?” Sobre este primeiro ponto, José Gomes Ferreira confirma que “houve um atropelo de todas as regras” por parte do ministro das Infraestruturas.
Em segundo, prosseguiu, a intenção do primeiro-ministro foi desviar as atenções da questão de que João Galamba seria "o autor de uma lista de tópicos para a ex-CEO da TAP se orientar na Comissão de Inquérito".
“As declarações do primeiro-ministro são tudo marketing político bem armadilhado”, sustentou.
Ainda assim, José Gomes Ferreira considera que “há muitas respostas que ainda não foram dadas”, por isso conclui: "Sinceramente, não acredito que ele continue muito tempo como ministro das Infraestruturas. Não pode continuar, não tem condições”.