Olhares pelo Mundo

"Um passo de cada vez": veterano amputado das duas pernas chega ao topo do Evereste

"Nem pernas, nem limites" é o lema de Hari Budha Magar, ex-militar do Nepal que já alcançou vários picos pelo mundo e agora o topo do Monte Evereste. No regresso a Katmandu, foi recebido como um herói.

SIC Notícias

Hari Budha Magar é um ex-militar do Nepal que alcançou um feito inédito, tornou-se o primeiro amputado acima do joelho a escalar o Monte e. O alpinista admite que chorou como um bebé ao chegar ao cume e diz que espera ter conseguido contribuir para uma maior consciencialização sobre a deficiência. À chegada a Katmandu, esta terça-feira, foi recebido como um herói.

O veterano de guerra Magar, que ingressou no exército britânico em 1999, perdeu as duas pernas depois de pisar um dispositivo explosivo improvisado, durante uma patrulha no Afeganistão, em 2010, quando estava numa missão da Brigada Gurkha, uma unidade de soldados nepaleses do Exército britânico.

Agora, com 43 anos, conseguiu escalar 8.843 metros e chegar ao topo do Monte e.

Apenas dois amputados, ambos abaixo dos joelhos, escalaram o e: Mark Inglis, da Nova Zelândia, em 2006, e Xia Boyu, da China, em 2018.

Magar tornou-se o primeiro amputado de duas pernas (acima do joelho) a escalar o e. A informação foi divulgada de imediato por um dos membros de sua equipa, que publicou o feito.

"Ele alcançou o cume de Sagarmatha por volta das 15:00 de sexta-feira (horário nepalês). Após chegar ao cume, desceu ao acampamento base e retornará a Katmandu", indicou Him Bista à Agência France-Presse, indicando o nome nepalês do e.

É "um recorde mundial", confirmou o Departamento de Turismo do Nepal.

O veterano de guerra nepalês escalou a montanha com cinco guias xerpas pela rota Southeast Ridge, a mais popular entre os alpinistas.

"A minha reação ao chegar ao cume do e foi: sim, nós conseguimos!", disse o veterano de guerra. Magar contou também que abraçou os guias xerpas e chorou como um bebé.

O alpinista admite que "sofreu muito" por causa de sua deficiência e que não queria que outras pessoas passassem pelas mesmas dores.

"Estou apenas focado no que gosto de fazer. É isso. Um passo de cada vez, podemos escalar o Monte e!", disse Magar quando regressou ao acampamento base.

Após anos de reabilitação e treino, Magar subiu ao topo do e no âmbito de um projeto, que apresenta no seu site com o lema "Nem pernas, nem limites", e que já o levou a outros picos pelo mundo - Monte Toubkal, em Marrocos, Ben Nevis, na Escócia, Monte Branco, na Europa.

Últimas