Os glaciares dos Alpes estão a registar as maiores perdas em pelo menos 60 anos, período em que há um estudo deste tipo de fenómeno. Desde o inverno passado que este ano trouxe pouca neve, os Alpes já passaram este verão por duas ondas de calor. Antes da chegada de agosto, já se verificam elevadas perdas de gelo. Os trilhos do glaciar de Morteratsch, na Suíça, que só costumam ficar acessíveis no final de setembro, no fim da temporada de degelo, já estão transitáveis.
Os visitantes habituais dizem que este ano dispensaram os habituais gorros e luvas. As temperaturas nos Alpes estão a aumentar cerca de 0,3°C por década, duas vezes mais rápido que a média global.
Se as emissões de gases de efeito estufa continuarem a aumentar, prevê-se uma total mudança da paisagem. Estima-se que os glaciares dos Alpes percam mais de 80% da sua massa atual até 2100.
No início deste mês, uma derrocada de parte do glaciar Marmolada, nos Alpes italianos, causou várias vítimas mortais. De acordo com os especialistas, as temperaturas elevadas terão estado na origem da derrocada, uma vez que o glaciar tinha derretido mais rápido do que o habitual devido à onda de calor registada nos primeiros dia de julho.