EUA

Los Angeles a ferro e fogo: manifestação pacífica contra políticas anti-imigração de Trump passa a cenário de caos

Pelo menos 60 pessoas foram detidas em Los Angeles, durante protestos contra a política anti-imigração do Presidente norte-americano, Donald Trump.

Teresa Canto Noronha

A manifestação, que começou de forma pacífica, acabou em confrontos violentos após a intervenção da Guarda Nacional, enviada por ordem direta de Trump - uma decisão controversa, tomada sem pedido de apoio das autoridades locais, algo inédito nos últimos 50 anos.

Durante a noite, a polícia e as tropas usaram gás lacrimogéneo e balas de borracha para dispersar a multidão. Há registo de vários feridos, incluindo jornalistas, entre eles uma repórter australiana atingida durante uma transmissão em direto. Vários carros foram incendiados, lojas vandalizadas e saqueadas, e várias artérias da cidade foram cortadas.

As autoridades de Los Angeles proibiram manifestações noturnas no centro da cidade para tentar conter a escalada da violência. No entanto, os confrontos já se tinham alastrado a outras zonas. A presidente da câmara, Karen Bass, criticou a presença militar.

Várias organizações de defesa dos direitos dos imigrantes acusam Donald Trump de estar a alimentar o medo e a insegurança como forma de justificar a repressão contra comunidades migrantes. Desde o início da presidência, centenas de imigrantes têm sido detidos diariamente em várias cidades do país.

Este foi o terceiro dia consecutivo de protestos em Los Angeles. O movimento começou com uma concentração pacífica de milhares de pessoas, mas acabou por transformar-se num cenário de caos urbano, com estradas e autoestradas bloqueadas pelas autoridades para impedir o avanço de mais manifestantes em direção ao centro.

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