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Funcionários de aeroportos ganham bónus se apanharem passageiros com malas maiores

O caso foi descoberto no Reino Unido e diz respeito a passageiros da EasyJet. A companhia aérea low cost estará a pagar aos trabalhadores que detetem viajantes com malas com tamanho superior ao permitido.

Picture Alliance/Getty Images

Rita Carvalho Pereira

Funcionários de aeroportos, no Reino Unido, estarão a receber dinheiro por parte da companhia aérea EasyJet para detetarem passageiros que viajem com bagagem de tamanho maior do que o estipulado. A revelação foi feita através de uma fuga de informação, com a partilha de emails das empresas visadas.

Os trabalhadores da Swissport, uma empresa que faz o controlo de passageiros junto às portas de embarque, podem receber 1 libra por cada bagagem de cabine identificada. É isso que é definido nas mensagens eletrónicas enviadas aos funcionários da empresa em pelo menos sete aeroportos no Reino Unido e nas Ilhas do Canal, segundo o The Guardian.

O sistema, chamado de “incentivo às receitas de bagagem nas portas de embarque”, é divulgado, junto dos trabalhadores, como uma “recompensa por fazerem a coisa certa”.

Entre os aeroportos visados estão Birmingham, Glasgow, Jersey e Newcastle.

O caso foi inicialmente divulgado pelo jornal local Jersey Evening Post, tendo chegado depois aos meios de comunicação nacionais e internacionais.

Esta não será, contudo, prática única. De acordo com o Sunday Times, também os assistentes de terra que trabalham para uma outra empresa, a DHL Supply Chain, estarão a receber incentivos de pagamento por parte da EasyJet com o mesmo objetivo. Neste caso, estão em causa os aeroportos de Gatwick, Bristol e Manchester.

EasyJet diz-se "focada em aplicação correta" das regras

Numa nota enviada à SIC Notícias, a EasyJet esclarece que os funcionários de assistência em terra são contratados por terceiros - empresas como a Swiss Port e a DHL Supply Chain -, que gerem a remuneração desses agentes e afirma que a companhia áerea não tem supervisão sobre o processo.

“A easyJet está focada em garantir que os nossos parceiros de assistência em terra aplicam as nossas políticas de forma correta e consistente, em respeito por todos os nossos clientes", defende a companhia aérea.

"As nossas políticas e opções de bagagem são bem compreendidas e recordamos os clientes dessas regras no momento da reserva, antes da viagem e no cartão de embarque, o que significa que apenas uma proporção muito reduzida de clientes com bagagens que não cumprem os requisitos é sujeita a taxas no aeroporto", alega.

A EasyJet permite que os passageiros levem gratuitamente uma mala que caiba debaixo do assento no avião. Para transportar qualquer outro tipo de bagagem de cabine é cobrada uma taxa.

A companhia aérea teve lucros de cerca de 9,3 mil milhões de libras (mais de 10,6 mil milhões de euros) só no último ano.

[Notícia atualizada às 15h48 de 8 de julho de 2025]

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