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Trump corta ajuda aos países mais pobres, 14 milhões de pessoas (incluindo crianças e bebés) podem morrer

O atual Presidente dos Estados Unidos anunciou cortes de mais de 80% no financiamento da USAID, a agência norte-americana que distribui apoio por todo o mundo.

Teresa Canto Noronha

O corte na ajuda dos Estados Unidos aos países mais pobres pode levar à morte de mais 14 milhões de pessoas, incluindo 4 milhões e meio de crianças. O Presidente dos Estados Unidos cortou 80% do financiamento aos programas da agência de apoio internacional americana. Em muitos países o impacto vai ser ainda pior do que a pandemia.

São os mais pobres e vulneráveis do mundo e para muitos a única esperança são as ajudas internacionais.

Mas o atual Presidente dos Estados Unidos já anunciou cortes de mais de 80% no financiamento da USAID, a agência norte-americana que distribui apoio por todo o mundo.

Segundo a revista científica Lancet, esta decisão vai custar a vida a mais 14 milhões de pessoas. Um terço são bebés e crianças que sem ajuda não vão conseguir sobreviver.

Para muitos países de baixos rendimentos, o impacto destes cortes de Washington vai ser maior do que os efeitos da pandemia de covid-19 ou de uma guerra à escala mundial.

O antigo presidente Barack Obama e até o republicano George W. Bush já criticaram a decisão de Trump e pediram ao atual chefe de estado que repense a medida.

Segundo o estudo da revista Lancet, as ajudas dos Estados Unidos a cerca de 130 países evitaram mais de 90 milhões de mortes nos últimos 20 anos.

A administração Trump acusou a USAID, a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional, e os seus funcionários de apoiarem aquilo a que chama de projetos liberais.

Mais um argumento na linha dos muitos que a Casa Branca tem usado para despedir funcionários públicos, fechar serviços e apoiar medidas pouco consensuais.

Como, por exemplo, a aprovação de um decreto, no Texas, que obriga a que, em todas as escolas públicas, exista uma cópia do texto dos 10 mandamentos.

A nova lei era uma velha ambição do governador republicano Greg Abbott, grande apoiante de Trump e das ideias mais conservadoras do presidente.

O texto foi aprovado há uma semana, mas já há vários grupos que lutam nos tribunais contra esta medida e que esperam que seja chumbada pelos juízes, como aconteceu noutros estados republicanos que tentaram impor o mesmo.

Os que se opõem exigem o respeito pela liberdade religiosa de todos os estudantes e dizem que é uma violação da constituição norte americana que prevê a separação entre o estado e a igreja.

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