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"O pânico gera pânico nos mercados financeiros"

Ricardo Alexandre, jornalista da TSF e comentador da SIC, analisa o impacto da estratégia de Donald Trump com a imposição de tarifas externa e internamente. A China promete retaliar e a UE enfrenta pressão.

Ricardo Alexandre

O agravamento da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, os sinais de instabilidade nos mercados e a pressão crescente sobre a União Europeia estão a alimentar tensões mundiais.

“Vamos ver até onde a corda vai ser esticada. As bolsas estão a perder imenso, está a ser um trambolhão. Pânico é o que já se parece estar a instalar e depois o pânico gera pânico nos mercados financeiros".

Perante a escalada entre Washington e Pequim, a China não vai ceder facilmente.

"Os grandes milionários americanos já perderam mais de 480 mil milhões de dólares"

O impacto das decisões de Trump já se faz sentir entre os investidores, com o milionários a perderem milhares de milhões de dólares.“É um impacto brutal e mesmo que Trump continue a defender que estas medidas visam salvar a economia norte-americana, analistas económicos discordam".

“A maior parte dos analistas diz que o mundo vai sofrer – e já está a sofrer – impactos consideráveis com isto, e que isto vai inevitavelmente afetar também os consumidores americanos".

"Vamos ver se a União Europeia cede à chantagem de Trump"

Em vez de mais tarifas, Bruxelas propôs, para cada lado, zero taxas aduaneiras - sobre os automóveis, os químicos, produtos farmacêuticos, maquinaria e outros bens industriais.

Donald Trump insiste que as tarifas são o melhor remédio. A proposta dos Estados Unidos à União Europeia é a de eliminar tarifas em troca da compra de 350 mil milhões de dólares em energia.

Desde a invasão russa da Ucrânia, a Rússia perdeu quota enquanto parceiro energético da União Europeia e os Estados Unidos já são um grande vendedor de energia, sobretudo de gás natural liquefeito, salienta Ricardo Alexandre.

De acordo com os dados mais recentes da Comissão Europeia, os Estados Unidos lideram essa lista com mais de 45%” das importações de GNL. Ainda assim, Trump quer mais e a União Europeia não se pode atrasar na reação.

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