A guerra comercial pode ter sido apenas um pretexto para a visita surpresa do primeiro-ministro israelita à Casa Branca. O verdadeiro objetivo pode ser um acordo entre Telavive e o Hamas para a libertação de reféns.
O correspondente da SIC em Israel, Henrique Cymerman, nota como a visita de Benjamin Netanyahu a Washington não estava prevista. Foi anunciada durante outra visita do chefe de governo israelita à Hungria.
Quando Netanyahu se queixou a Trump das tarifas – de 17% - aos produtos israelitas que entrem nos Estados Unidos, o presidente norte-americano convidou-o a ir até à Casa Branca para falarem.
“Mas dá a impressão de que Trump tem outros objetivos à parte do tema económico”, repara o correspondente da SIC.
"Ele quer conseguir um acordo entre Israel e o Hamas que possa supor a libertação do maior número de reféns israelitas”, isto numa altura em que “Israel está a intensificar a sua operação em Gaza, com um número muito alto de vítimas”.
“Israel está, de alguma maneira, a ameaçar de forma mais direta os líderes do Hamas, que ainda estão nos túneis, rodeados de 59 reféns, uma parte deles vivos e outros mortos”, assinala Henrique Cymerman.
Em negociação entre o Hamas e Israel, conta, estará, nesta altura, a libertação de cinco reféns vivos, que é o que o Hamas propõe, a troco de prisioneiros palestinianos, enquanto Israel pede 11.
“O tema económico é uma espécie de cobertura, o tema das alfândegas, das tarifas”, conclui. “Há muito mais que está sobre a mesa.”