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Bolsas em queda: "Trump é conhecido por esticar a corda para depois poder chegar a um entendimento"

“Há caminho para a UE e os EUA chegarem a um entendimento. Se isso não acontecer, vamos estar numa guerra comercial, com os efeitos nas bolsas, como temos vindo a assistir, com perdas muitíssimo avultadas”, refere Ricardo Alexandre.

Ricardo Alexandre

SIC Notícias

O Presidente dos Estados Unidos compara as tarifas a um remédio e diz que são a cura para a economia norte-americana. Entretanto, mais de 50 países já propuseram negociar com Donald Trump. Haverá aqui mesmo espaço para estas negociações? O comentador da SIC, Ricardo Alexandre, admite essa possibilidade.

"Trump é conhecido por anunciar medidas e esticar a corda para depois dar precisamente margem para poder chegar a um entendimento. A forma de negociar tradicionalmente do Presidente dos EUA é essa. Além disso, por exemplo, a União Europeia nunca disse que não estava disposta a negociar situações que os próprios 27 reconhecem em que possa haver algumas distorções na relação comercial de determinados países ou em relação a determinados bens e serviços com os EUA.

Há sim margem para haver negociação, daí o interesse, obviamente, porque sentem o peso destas taxas aduaneiras, há margem para negociações por parte dos países, daí o interesse de cerca de meia centena de países, segundo a Administração americana, que já terão entrado em contato com o Presidente dos EUA para poder começar essas negociações", explica o comentador da SIC.

Ricardo Alexandre realça, contudo, que não há propriamente um clima político favorável, pelo menos do lado das democracias europeias, para que essas negociações possam ter sucesso.

“Há caminho para a União Europeia e os Estados Unidos chegarem ao entendimento. Se isso não acontecer, vamos estar obviamente numa guerra comercial, com os efeitos nas bolsas, como temos vindo a assistir desde a quinta-feira da semana passada, com perdas muitíssimo avultadas”, acrescenta.

Esta segunda-feira está a ser um dia negro para os mercados, por causa das tarifas comerciais. As bolsas europeias abriram em queda.

O principal índice da Alemanha estava a cair quase 10%. O de Paris quase 7 e o de Londres, 3%. Em Lisboa, a tendência é a mesma. A Europa segue a tendência da Ásia. Na China, a bolsa de Shenzhen registou uma queda de 9,6% e a de Xangai mais de 7%. O principal índice de Tóquio fechou a cair quase 8%. Hong Kong afundou mais de 13%.

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