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Venezuela: líder da oposição, María Corina Machado, presa após manifestação

María Corina Machado deslocou-se à capital da Venezuela para participar nas manifestações contra a vitória de Nicolás Maduro nas últimas eleições presidenciais. No entanto, a líder da oposição já foi libertada após ter sido “intercetada” quando saía da manifestação em Chacao.

Ariana Cubillos

SIC Notícias

María Corina Machado, líder da oposição ao governo de Nicolás Maduro na Venezuela, foi detida esta quinta-feira durante uma grande manifestação em Caracas.

"Escondida" desde 28 de agosto, a política de 57 anos reapareceu nas ruas da capital venezuelana para participar na manifestação marcada para esta quinta-feira, 9 de janeiro, véspera da tomada de posse de Nicolás Maduro.

"María Corina foi violentamente intercetada quando saía da manifestação em Chacao. Esperamos poder confirmar a sua situação dentro de alguns minutos. Membros do regime dispararam contra as motas que a transportavam", denunciou o Comando Venezuela no seu perfil oficial nas redes sociais.

María Corina Machado já foi libertada

A líder da oposição venezuelana foi libertada após a breve detenção, informou o seu movimento Vente Venezuela nas redes sociais, citado pela Reuters.

“María Corina Machado foi intercetada e caiu da mota em que seguia. Durante o período da sua detenção foi forçada a fazer vários vídeos e foi libertada de seguida. Nas próximas horas, María Corina Machado falará ao país para explicar os assuntos”, informou.

Disputa contínua desde o verão passado

A oposição e o partido de Nicolás Maduro estão envolvidos numa disputa contínua sobre as eleições presidenciais do ano passado, em que ambos dizem ter vencido.

A autoridade eleitoral e o tribunal superior daquele país afirmam que Maduro, cujo mandato foi marcado por uma profunda crise económica e social, venceu as eleições, embora nunca tenham publicado as contagens detalhadas.

Nicolás Maduro tenciona ser indigitado na sexta-feira para um terceiro mandato presidencial, após ter sido dado como vencedor das presidenciais de 28 de julho, o que a oposição e parte da comunidade internacional contestam.

Rui Rocha fala em "terrorismo de Estado"

O presidente da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, já reagiu à detenção da líder da oposição venezuelana, considerando "intolerável" a atitude do regime de Nicolás Maduro, acrescentado ainda que Portugal tem a "obrigação moral de adotar uma posição firme e inegociável" contra este ato.

"Intolerável, a confirmar-se, a detenção de María Corina Machado pelo regime de Maduro. Estamos perante terrorismo de Estado que usa o terror contra o seu povo. Portugal tem a obrigação moral de adotar uma posição firme e inegociável contra a barbárie", escreveu o líder liberal na rede social X.
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