Major-General Vítor Viana, ex-diretor do Instituto de Defesa Nacional, e Bruno Cardoso Reis, comentador SIC, analisaram os incidentes com cabos de telecomunicações em águas territoriais no Mar Báltico.
Na Edição da Noite da SIC Notícias, Bruno Cardoso Reis considera que o corte de cabo elétrico submarino é um “tema complicado”. Defende que lhe parece “coincidência a mais”, uma vez que aconteceram três incidentes no último mês relacionados com cabos.
“À partida, pelos indícios serão ações de sabotagem levadas a cabo por navios civis. Esses navios nem são tecnicamente, formalmente, avios russos", diz.
Mesmo que não se consiga provar a “autoria russa” nestes ataques, “é melhor que não haja muitos destes incidentes”, indica. Na mesma linha, defende que não se resolve a ameaça com “meios militares convencionais”.
Já o Major-General Vítor Viana diz que a “única forma” de fazer face a estas ameaças é através do “reforço da capacidade de resiliência dos Estados e da cooperação nacional”.
“As ameaças hibridas são cada vez mais frequentes (…). É um tipo de sabotagem cada vez mais frequente, sobretudo no Mar Báltico”, refere.
Questionado se é caso para a ativação do artigo 5º da Aliança Atlântica, o ex-diretor do Instituto de Defesa Nacional acredita que sim, apesar de não ser usual essa “via drástica”.
Sobre o mesmo tema, Bruno Cardoso Reis refere que este tipo de ataques pretendem “dificultar" essa ativação.
Os convidados da edição da noite comentaram ainda a guerra na Ucrânia.
NATO condena corte de cabo elétrico submarino
A NATO condenou um incidente que envolveu o corte de um cabo elétrico submarino que liga a Finlândia e a Estónia. O incidente acontece no momento em que existem suspeitas de sabotagem por parte da Rússia.
A polícia finlandesa declarou suspeitar do petroleiro Eagle S, proveniente da Rússia e suspeito de integrar "a frota fantasma" russa.
A chefe da diplomacia da União Europeia sublinha que vão apresentar medidas adicionais, como sanções contra o navio.
Na rede social X, o secretário-geral da NATO diz que vai apoiar a Estónia e a Finlândia, por causa dos danos causados pelos cabos.
O primeiro-ministro da Finlândia diz que as "frotas fantasma" têm de ser travadas.
Um total de 4 cabos de dados estão também fora de serviço.