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Venda de smartphones deve vir com alertas sobre impacto na saúde pública, diz relatório do Governo espanhol

Um relatório elaborado por 50 especialistas pediu ao Governo espanhol para que a venda de smartphones em Espanha venha acompanhada de "rótulos" de advertência que alertem os utilizadores sobre os riscos para a saúde, especialmente dos menores de idade. O mesmo documento pede ainda que os médicos questionem os utentes sobre o tempo que passam em frente a dispositivos eletrónicos.

Yulia Grossman

Mariana Jerónimo

Um grupo de 50 especialistas pediu ao Governo de Espanha para que os smartphones vendidos no país venham acompanhados de alertas para os riscos para a saúde dos utilizadores. É também pedido que os médicos passem a perguntar aos seus utentes o tempo médio que costumam passar em frente do dispositivo.

Este grupo de especialistas tinha sido nomeado, no início deste ano, pelo Ministério da Juventude e da Criança com o objetivo de analisar o impacto das novas tecnologias em menores de idade e, dessa forma, delinear um plano para os proteger dos riscos associados à Internet.

O relatório de quase 250 páginas, elaborado pelo comité de especialistas e citado pelo El País, apresenta mais de 107 medidas, entre as quais:

  • Crianças até aos três anos não devem ter qualquer tipo de acesso e exposição a dispositivos eletrónicos.
  • Crianças entre os três e os seis anos devem ter acesso apenas em situações excecionais.
  • Crianças entre os seis e os 12 anos deverão ter acesso a dispositivos sem internet, apenas para fazer chamadas, priorizando atividades desportivas e de lazer fora de casa.

De acordo com os especialistas, a venda de smartphones em Espanha deverá vir acompanhada de "rótulos" de advertência que alertam os utilizadores sobre os riscos para a saúde, especialmente dos menores de idade. Muitas são as crianças e jovens que, desde muito cedo, começam a ter contacto com conteúdos inapropriados e que podem ter impacto no seu desenvolvimento.

Os mesmos alertas deverão aparecer no ecrã dos dispositivos quando estes são ligados. O relatório pede ainda ao Governo para que a "adição ao telemóvel seja considerada um problema de saúde pública".

O mesmo documento recomenda que os médicos, durante consultas de rotina, perguntem às crianças e jovens quanto tempo passam em frente aos smartphones e outros dispositivos semelhantes, para identificar potenciais sinais de depressão ou ansiedade.

No verão, o Executivo espanhol já tinha apresentado um projeto de lei para proibir o acesso às redes sociais a menores de 16 anos. No entanto, esta medida ainda foi aprovado no Parlamento para ser executada.

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