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"Há tropas norte-coreanas à porta da Europa. E isso é uma eternização da guerra"

O comentador da SIC, Germano Almeida, faz uma análise à última semana de campanha nos EUA, à informação do Pentágono e da NATO que tropas norte-coreanas estarão a caminho da Ucrânia.

Germano Almeida

Na última semana da campanha para as eleições nos Estados Unidos Kamala Harris e Donald Trump continuam empatados nas sondagens. A candidata democrata quer evidenciar as diferenças entre as duas campanhas, centrando-se nos porto-riquenhos, comunidade que tem sido muito atacada pelo candidato republicano.

"Semana decisiva, já há muitas semanas decisivas na campanha americana, mas esta tem que ser porque é a última e ainda está tudo basicamente empatado".

No último comício em Nova Iorque, continuaram as críticas de Donald Trump contra Kamala Harris e os comentários racistas de um comediante presente e

"Mesmo depois destes anos todos estranhos de Trump, é perturbador, não há outro termo. Voltando à Casa Branca de Trump, será ainda pior do que foi da primeira vez. Terá uma Presidência com a tal de ideia da deportação em massa, coisa que ele não vai ter quadro legal para fazer, e promete um regresso a uma América supostamente pura, com o subtexto de que os imigrantes envenenam os Estados Unidos".

A questão dos porto-riquenhos é fundamental para Kamala Harris, há 1 milhão de porto-riquenhos no total dos 7 estados decisivos, quase metade, quase 500 mil na Pensilvânia. Desses 500 mil, cerca de 2/3 vota democrata, mas há 1/3 que vota republicano. "Há aqui um risco para Trump e Kamala vai certamente fazer tudo para aproveitar isso".

Esta última semana tem também sido marcado os últimos dias por personagens, figuras carismáticas na campanha de Kamala Harris: Barack Obama e Michelle Obama, ou o cantor Bruce Springsteen. Estas figuras "não vão propriamente convencer trumpistas, mas a função deles é mobilizar o campo democrata, que depois de uma primeira fase do arranque de Kamala, quando substituiu o Biden, estava a correr bem e notou-se (...), uma certa estagnação e uma certo esvaziar desse balão, pessoas como Presidente Barack Obama têm o efeito nisso" ou Michelle Obama.

Tropas norte-coreanas a caminho da Ucrânia

Há informações quer da parte da NATO, quer do Pentágono que as tropas norte-coreanas já estão no terreno a caminho de Kursk,

"Vamos ser claros para quem ainda não percebeu: há tropas norte-coreanas à porta da Europa. E isso é uma eternização da guerra. É uma co-bligerância da Coreia do Norte, como já decretou o secretário-geral da NATO e não pode ser desvalorizado".

Começou por ser um aviso sul-coreano, depois os Estados Unidos, de forma prudente, disseram que não tinham a certeza e agora afirmam que isso está a ser assim: são cerca de 10 mil soldados norte coreanos desnutridos e extremamente jovens.

"A chefe da diplomacia da Coreia do Norte está neste momento na Rússia e, portanto, há aqui neste momento uma junção da Coreia do Norte com a Rússia, que não deve ser desvalorizada".
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