Ryan Harding, de 26 anos, estava a dois meses de ser libertado da prisão quando a mãe recebeu uma chamada a dizer que ele tinha morrido e com quem tinha falado no dia anterior.
Tanto quanto se sabia, Ryan não consumia drogas pesadas, mas a sua mãe diz que um relatório do provedor da Justiça revelou a presença de drogas sintéticas no seu organismo.
Tudo aconteceu na prisão de Parc, em Bridgend, no País de Gales. No início deste ano registaram-se 10 mortes em apenas três meses e muitas delas estão relacionadas com drogas. As lesões autoinfligidas duplicaram num ano.
Prisões sobrelotadas e drones que transportam droga para o seu interior
Um antigo recluso da mesma prisão revelou à Sky News, televisão parceira da SIC, que o estabelecimento prisional está sobrelotado, os reclusos passam demasiado tempo dentro das celas e a entrada de drogas pesadas é cada vez mais comum. Muitas vezes chega através de drones.
A prisão de Parc diz que tem presos complexos, muitos com problemas de saúde mental e de toxicodependência, e que está empenhada em ajudá-los. Os problemas do estabelecimento, no entanto, são referidos num relatório publicado, esta terça-feira, sobre as prisões de todo o país.
O inspetor-chefe descreve um quadro devastador com um aumento do consumo de drogas ilícitas, de ferimentos autoinfligidos e da violência. Das 32 prisões inspecionadas, 30 eram más ou insuficientemente boas e 60% estavam sobrelotadas.
O Governo do Reino Unido iniciou, esta terça-feira, um alívio dessa mesma sobrelotação ao libertar centenas de reclusos antecipadamente depois de terem cumprido apenas 40% da sua pena. A questão agora é saber quantos dos que foram libertados mais cedo voltarão para a prisão.