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Israel mata cinco combatentes palestinianos e avisa para evacuações forçadas nos próximos dias

Entre os mortos está um comandante de topo da Jihad islâmica. A Amnistia Internacional e as Nações Unidas denunciam uma escalada de violência mortal no território.

Joana Costa de Sousa

O exército israelita garante que eliminou mais cinco combatentes palestinianos no segundo dia da operação antiterrorista na Cisjordânia. Israel avisa ainda que poderá haver evacuações forçadas de áreas residenciais nos próximos dias.

Em Tulkarem, um dos bastiões das milícias palestinianas no norte da Cisjordânia, estão à vista os danos causados pelos ataques israelitas desta madrugada.

“Estávamos a dormir e acordámos com tiros por volta das 3h30 da manhã”, relata Khaled Abu Al-Ghyab, um residente de Tulkarem.

“Corremos para outra divisão, e eles dispararam outro rocket. O meu filho e a mulherdele estavam no segundo andar e foram atingidos. A casa incendiou-se enquanto eles disparavam três ou quatro rockets.”

Segundo o exército israelita, durante a operação de larga escala na cidade, cinco terroristas foram mortos, incluindo um comandante de topo da Jihad islâmica. A informação foi, entretanto, confirmada pelo grupo.

"A situação é miserável"

Em Jenin, as ruas estão desertas. Ao segundo dia da operação israelitano norte da Cisjordânia ocupada, as principais estradas foram encerradas, as ambulâncias têm sido bloqueadas pelos soldados e a ajuda não chega a tempo às vítimas.

“O exército israelita recusa-se terminantemente a permitir a entrada de ambulâncias no campo de Nur Shams, sejam elas coordenadas ou não”, conta Mahmoud Zetawi, técnico de emergência.

“As ambulâncias não conseguem aceder aos campos para chegar aos casos difíceis e às pessoas com doenças”, continua. “A situação geral é miserável.”

A Amnistia Internacional denuncia uma escalada de violência mortal no território. Também o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, já veio pedir o fim imediato das operações, acusando Israel de alimentar uma situação explosiva na Cisjordânia.

A Organização das Nações Unidas acusa ainda as forças israelitas de terem atacado um veículo do Programa Alimentar Mundial, que fazia parte de um comboio humanitário com ajuda para a zona central da Faixa de Gaza. Segundo o porta-voz do secretariado-geral da ONU, várias balas atingiram os vidros.

Só nas últimas 24 horas, de acordo com as autoridades de Gaza, terão morrido quase 70 pessoas em ataques no Norte e no Centro do enclave.

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