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TikTok tem menos conteúdos críticos sobre a China que outras plataformas

Os utilizadores norte-americanos do TikTok que pesquisem termos como "Tiananmen", "Tibete" ou "Uigures" verão menos conteúdo crítico da China do que veriam noutras plataformas.

SOPA Images

Lusa

Um estudo recente de uma organização norte-americana indicou que a rede social TikTok apresenta menos conteúdos críticos sobre a China do que outras plataformas concorrentes.

O estudo afirmou ser mais difícil encontrar vídeos no TikTok que condenem ou mostrem violações dos direitos humanos na China do que noutras redes semelhantes, de acordo com o Network Contagion Research Institute, uma organização norte-americana que tem como objetivo "identificar e prever ameaças sociais 'online'".

Deste modo, os utilizadores dos Estados Unidos da América "podem estar a obter uma imagem incompleta da China quando pesquisam por termos ou frases-chave", referiu.

Os utilizadores norte-americanos do TikTok - rede bloqueada na China, onde a empresa-mãe, a ByteDance, opera uma aplicação semelhante chamada Douyin - que pesquisem termos como "Tiananmen", "Tibete" ou "Uigures" verão menos conteúdo crítico da China do que veriam noutras plataformas como Instagram e YouTube, apontou a organização sediada na Universidade de Rutgers.

O estudo concluiu que mais de 25% dos resultados no TikTok quando se pesquisa por "Tiananmen" são "pró-China", mostrando canções patrióticas, promoções de viagens ou eventos culturais, sem qualquer menção ao massacre de 1989. Em comparação, apenas cerca de 16% dos resultados no Instagram eram dessa tendência.

"O que acontece é que a informação sobre abusos dos direitos humanos na China é removida com mais sucesso da plataforma", disse Joel Finkelstein, responsável pelo estudo.

Dona do TikTok e Governo dos EUA envolvidos em várias batalhas legais

Os EUA consideram o TikTok uma ameaça à segurança nacional do país porque a ByteDance é propriedade chinesa e pode utilizar informações obtidas dos utilizadores norte-americanos ou manipular a opinião pública.

Os serviços secretos norte-americanos já acusaram o TikTok de tentar influenciar as eleições intercalares de 2022 e avisaram que a alegada interferência podia repetir-se nas eleições presidenciais de novembro.

Em abril, o Presidente dos EUA, Joe Biden, assinou uma lei que obrigava a ByeDance a vender as operações no país no prazo de nove meses para evitar que a aplicação fosse retirada do mercado norte-americano e banida dos serviços de alojamento na Internet locais.

O Governo chinês criticou repetidamente "a repressão" de Washington contra o TikTok, afirmando tratar-se de "uma tática de intimidação" que acabará por "ser um tiro pela culatra" para os EUA.

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