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Incursão da Ucrânia: "Estamos a assistir à História em direto. É a 1.ª vez que um Estado não-nuclear invade um nuclear"

A Ucrânia reivindicou, esta segunda-feira, o controlo de mil quilómetros quadrados de território russo na região fronteiriça de Kursk, onde prossegue uma ofensiva pela primeira vez assumida por Volodymyr Zelensky.

Manuel Poêjo Torres

Manuel Poêjo Torres, comentador SIC, destaca que é a primeira vez que um Estado não-nuclear invade um nuclear, referindo-se à incursão ucraniana na Rússia. O especialista considera que se está a fazer História.

Na SIC Notícias, Manuel Poêjo Torres explica que, com a incursão, a Ucrânia pretende levar a guerra ao eleitorado russo.

"Uma das razões da incursão é levar a guerra até aos russos, não é levar à Rússia. É levar à perceção pública do eleitorado russo, aqueles que votaram em Putin", refere.

O comentador da SIC lembra que é a primeira vez que um Estado-nuclear [Rússia] é invadido por outro Estado. Assim, indica, é também a primeira vez que um Estado não-nuclear [Ucrânia] invade um Estado nuclear [Rússia].

"Estamos a assistir a História em direto", afirma.

A Ucrânia avançou com a maior incursão em território russo desde o início da guerra, há dois anos e meio. Milhares de tropas foram enviadas para a região de Kursk. Esta segunda-feira, reivindicou o controlo de mil quilómetros quadrados de território russo.

Poêjo Torres refere que Putin "sempre que pode" contorna o direito internacional" e que a Rússia é um "tigre de papel, mas com armas nucleares".

A Ucrânia "aprendeu" com a operação de Israel em Gaza, assinala o especialista. Ou seja, o próximo passo é dar auxílio à população, "aliviando o sofrimento humano e garantindo condições humanitárias", para não sofrer na pele as consequências.

"São situações diferentes, mas lições idênticas".

Manuel Poêjo Torres explica que a Ucrânia quer pressionar a Rússia para Putin reposicionar as suas tropas.

"No dia em que a Ucrânia tenha reconquistado a Crimeia, Zelensky parte para negociações", sugere.
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