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"Peru reconhece González como novo presidente da Venezuela? Também aconteceu com Guaidó e não deu em nada"

O social-democrata Duarte Pacheco lembra que nas últimas eleições, vários países tinham reconhecido Juan Guaidó como novo presidente da Venezuela mas nada mudou perante o que considera uma "ditadura muito forte".

SIC Notícias

O Governo do Peru reconheceu, esta terça-feira, Edmundo González como presidente eleito da Venezuela. O anúncio feito pelo ministro dos Negócios Estrangeiros peruano, Javier González-Olaechea, surge dois dias após as eleições polémicas que deram a "suposta" vitória a Nicolás Maduro. 

O Peru tornou-se o primeiro país do mundo a reconhecer o cargo presidencial de Edmundo González.

Na 'Grande Edição', da SIC Notícias, o social-democrata Duarte Pacheco, que foi observador das Legislativas venezuelanas de 2020, afirma que esta notícia era esperada mas lembra que nas últimas eleições, vários países tinham reconhecido Juan Guaidó como novo presidente mas nada mudou perante o que considera uma "ditadura muito forte".

"É uma notícia esperada porque os países vizinhos compreenderam que as eleições não foram livres e que todos os indicadores apontam para uma vitória da oposição. Mas também vi isto acontecer quase há cinco anos quando Guaidó foi como presidente por muitos países ocidentais e países latino-americanos mas sabemos que isso não mudou nada. Estamos perante uma ditadura muito forte, que faz simulacros de eleições e ganha-as sempre", apontou.

Os resultados eleitorais apontam numa vitória tangencial de Maduro, que já foi empossado presidente da Venezuela, com 51% dos votos. Para a socialista Isabel Santos, que foi chefe da Missão da UE nas Eleições Regionais da Venezuela em 2021, esta 'vitória magra' é uma forma de mascarar toda aquela manobra operada pelo regime de Nicolás Maduro.

Nicolás Maduro fala numa tentativa de golpe de Estado

A oposição maioritária descreve estas manifestações como "expressões espontâneas e legítimas", enquanto o Governo as qualifica de "criminosas" e "terroristas" e denuncia um golpe de Estado "mais uma vez orquestrado" por "fatores fascistas de extrema-direita".

Segundo organizações não governamentais, a ação das forças de segurança contra as manifestações fez pelo menos seis mortos e 84 feridos, enquanto o Ministério Público contabiliza 749 detenções.

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