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"O cheiro está a matar-nos": Khan Younis tornou-se uma lixeira a céu aberto

Não há condições para ser criança em Gaza. O risco de propagação de doenças é cada vez maior e os casos de sarna têm multiplicado. Milhões de pessoas debatem-se todos os dias com a escassez de alimentos e falta de água potável.

Pedro Freitas

O Hamas garante que já morreram 38.700 pessoas desde o início da ofensiva de Israel em Gaza. Nas últimas horas, novos bombardeamentos na região terão provocado pelo menos 50 mortos. Khan Younis é agora uma lixeira a céu aberto.

"Ninguém está a apoiar-nos e o cheiro está a matar-nos. Não conseguimos dormir, não conseguimos comer, não conseguimos beber", disse um sobrevivente.

O risco de propagação de doenças é cada vez maior. Os casos de sarna têm multiplicado.

"A cidade de Khan Younis sofreu grandes estragos- que ascendem a mais de 200 milhões de dólares - nas infraestruturas, nos sistemas de esgotos, nos camiões de lixo e nos sistemas de limpeza, para além da falta de combustível", descreveu outro sobrevivente.

Khan Younis é a segunda maior cidade de Gaza. Lá vivem 2.300 milhões de pessoas que se debatem todos os dias com a escassez de alimentos e a falta de água potável.

Os bombardeamentos de Israel não param. Samira foi uma das últimas vítimas:

"Eu e a minha outra irmã estávamos a rezar o magarebe e, de repente, as bombas caíram sobre nós. Não se passava nada... Disseram-me 'os filhos do teu irmão morreram no hospital'".

O Hamas fez um novo balanço e garante que desde o início da guerra já morreram 38.700 mil pessoas. Pelo menos cinco dezenas terão morrido nas últimas horas durante vários ataques, um dos quais a um acampamento com milhares de famílias deslocadas.

Conflito Israel-Palestina

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