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Crise da habitação em Espanha deixa já perto de 30 mil a dormir na rua

O aumento do turismo em Espanha está a levar a um aumento de pessoas em situação de sem-abrigo. Só em Madrid, há mais de 48 mil pessoas em lista de espera para uma habitação social.

Márcia Silva Gonçalves

Durante três anos, Francisco Carrillo dormiu na rua nas traseiras de um teatro. Agora, as lágrimas de alívio caem-lhe do rosto, enquanto se deita na cama da nova casa, um apartamento cedido por uma instituição de solidariedade social.

Aos 62 anos, Francisco faz parte de um número cada vez maior de espanhóis que não consegue pagar uma renda e a quem só resta dormir na rua. São já 28 mil as pessoas nesta situação em Espanha.

A casa onde agora vai viver pertence a um fundo de investimento social que ajuda pessoas em situação de sem-abrigo e também arrenda casas abaixo do preço de mercado.

Já Carmen Cajamarca foi informada por carta que teria de deixar a casa onde vive há 25 anos, depois de o prédio ter sido vendido a um fundo argentino que quer arrendar apenas para férias.

“Querem as casas para o turismo. E o povo? E as pessoas que sempre viveram aqui, que pagaram o que deviam, para onde vão?”, questiona.

Em Espanha, 45% das pessoas que vivem em casas arrendadas estão em risco de pobreza ou exclusão social.

Só em Madrid, cerca de 48 mil pessoas estão em lista de espera para uma habitação social.

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