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NATO "quer deixar claro que, se formos fortes o suficiente, a Rússia não vai conseguir invadir a Ucrânia"

O comentador da SIC Germano Almeida analisa os anúncios feitos na cimeira da NATO em Washington.

Germano Almeida

Na cerimónia comemorativa do 75.º Aniversário da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), na cimeira que decorre entre esta terça e quinta-feira em Washington, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, avisou os membros da Aliança Atlântica que o tempo para "defender a liberdade e democracia é agora" e o lugar é a Ucrânia.

Numa cimeira muito centrada na guerra na Ucrânia, a NATO quer deixar claro à Rússia "a ideia de que, se formos fortes o suficiente, a Rússia não vai conseguir os seus intentos de invadir a Ucrânia", diz Germano Almeida.

Joe Biden ontem foi muito claro nisso. Recordou que a Rússia achava que tomava Kiev em 5 dias, 2 anos e meio depois ainda não o conseguiu. Achava que ia conseguir invadir a Ucrânia. A verdade é que a Ucrânia era um país LIVRE há 2 anos e meio continua a ser e continuará a ser depois da guerra.

"A grande questão é que ainda não é desta que a Ucrânia vai entrar na NATO e a mensagem que Stoltenberg e Biden ontem deixaram foi que, apesar da Ucrânia não entrar na NATO, essa entrada é irreversível e a ponte para a entrada da Ucrânia na NATO vai passar por um reforço da ajuda à Ucrânia, que foi ontem consubstanciado, por exemplo, com mais sistemas de defesa anti-aéreo e também com contrato de 700 milhões de dólares para mais mísseis Stinger".

No entanto, nesta cimeira serão dados passos no sentido da adesão da Ucrânia, que não pode ser concretizada agora "enquanto a guerra continuar pela questão do artigo 5º, ou seja, se a Ucrânia entrasse neste momento na NATO, estávamos todos os 32 membros da NATO a declarar guerra à Rússia, a entrar diretamente em guerra com Rússia e não queremos isso"

Financiamento e alargamento da NATO

O Presidente dos EUA salientou que, em 4 anos, passou de 9 para 23 o número de membros a da NATO, que já cumprem os 2%. Um dos 9 que ainda não cumprem a partir de agora é Portugal, mas o primeiro-ministro Luís Montenegro anunciou a antecipação desse objetivo de 2030 para 2029.

Biden destacou também o alargamento da NATO "deu as boas vindas à Suécia, a primeira cimeira da NATO com a Suécia já presente também à Finlândia, que já tinha entrado no ano passado, e com essa ideia que foi Putin a chave que, ao tentar invadir a Ucrânia e travar o alargamento da NATO a Leste acabou por provocar o alargamento da NATO a Norte."

"Há duas questões, um é o aumento individual dos orçamentos para a defesa, para que atinjam pelo menos os 2%, sendo que já houve um esforço nos últimos 2 anos, sobretudo de vários países que anteciparam essa chegada de 2% que permitiu que passassem de 9 para 23 esse esse esse número de países".
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