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Le Pen diz que está "muito confiante" na maioria absoluta da extrema-direita no domingo

Marine Le Pen diz que não está preocupada com a aliança que está a ser organizada entre os partidos. Deixou ainda bem claro que o "seu partido não governará se não obtiver a maioria absoluta". Para que tal aconteça será preciso eleger 289 dos 577 deputados.

Sarah Meyssonnier

Lusa

A líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, afirmou-se "muito confiante" em conquistar a maioria absoluta na segunda volta das eleições legislativas do próximo domingo, apesar de sondagens projetarem um resultado muito aquém desse objetivo.

"Estou muito confiante. Os franceses mostraram que querem mudança", disse Le Pen à TF1.

Garantiu que não está preocupada com a aliança que está a ser tecida entre os outros partidos, e que começou a manifestar-se na retirada da corrida de mais de 200 candidatos para evitar a dispersão do voto e ajudar à eleição de deputados de outros partidos que não o União Nacional (RN, na sigla em francês), de extrema-direita.

"Os franceses estão fartos de não serem tratados como adultos responsáveis que sabem o que é bom para o país", disse, referindo-se aos apelos dos diferentes partidos para votarem uns nos outros.

Em todo o caso, insistiu que o seu partido, juntamente com alguns aliados dos conservadores 'Os Republicanos', "é o único capaz de ter uma maioria absoluta" que pode dar "uma perspetiva de crescimento para a França".

E avisou que o seu partido não governará se não obtiver a maioria absoluta - o que implicaria alcançar pelo menos 289 dos 577 deputados, a condição que o candidato a primeiro-ministro do RN, Jordan Bardella, estabeleceu para governar.

Quando o entrevistador respondeu que o atual governo não tem essa maioria na Assembleia Nacional e que fez aprovar um bom número de leis nos últimos dois anos, Le Pen respondeu: "Não conseguiria fazê-lo".

Ainda assim, mostrou-se confiante de que o seu partido será capaz de trabalhar com outros deputados conservadores, especialmente em questões como a imigração.

As legislativas francesas, que deveriam acontecer apenas em 2027, foram convocadas de forma surpreendente por Emmanuel Macron, após a derrota do seu partido (Renascimento) e a acentuada subida da União Nacional (extrema-direita), nas eleições para o Parlamento Europeu de 09 de junho

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