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O que representam os acordos de segurança que a Ucrânia está a assinar com os Aliados?

Portugal foi um dos países que assinou um acordo de segurança com a Ucrânia, mas muitos outros também o fizeram. Que acordos são estes?

Sofiia Gatilova

Rita Rogado

Lusa

Mais de uma dezena de países já assinaram acordos de segurança com a Ucrânia, com um compromisso de apoio a longo prazo na guerra com a Rússia, incluindo Portugal. Os Estados Unidos assinaram um acordo por 10 anos na quinta-feira, à margem da Cimeira do G7. Mas que acordos têm sido assinados e o que representam?

Há quase um ano, mais concretamente em julho de 2023, países do G7 assinaram uma declaração conjunta na cimeira da NATO em Vilnius, na Lituânia, comprometendo-se a estabelecer "compromissos e acordos de segurança" a longo prazo com a Ucrânia.

De acordo com a agência Reuters, os acordos estipulam o fornecimento contínuo de ajuda militar, o apoio ao desenvolvimento industrial de defesa ucraniana, a formação de soldados ucranianos, a partilha de informações e cooperação e apoio à defesa cibernética.

Além disso, ficam também determinadas reuniões com Kiev para determinar os "próximos passos apropriados" no caso de um "futuro ataque armado russo".

Desde a declaração conjunta, mais de 30 países assinaram o documento.

A Ucrânia considera que os acordos de segurança devem corresponder a compromissos importantes e concretos. Contudo, não substituem o objetivo estratégico de aderir à NATO.

Em 27 meses de guerra, foram vários os compromissos traçados entre Kiev e outros países.

Os EUA assinaram, na passada quinta-feira, um acordo de segurança por 10 anos com a Ucrânia, à margem da Cimeira do G7 (grupo das sete maiores economias do mundo e União Europeia), que se realizou em Itália.

"Os Estados Unidos expressam um forte sinal do seu firme apoio à Ucrânia", anunciou o Governo do Presidente norte-americano, Joe Biden, num comunicado divulgado pouco antes da cerimónia de assinatura do acordo, entre Biden e o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky.

O texto do pacto compromete os Estados Unidos a realizar consultas ao mais alto nível com Kiev no prazo de 24 horas se a Ucrânia for novamente atacada no futuro, para "determinar os próximos passos e as necessidades adicionais de defesa".

Embora pretenda enviar um sinal de forte apoio de Washington a Kiev, o acordo poderá, no entanto, ser abandonado por futuros líderes norte-americanos, sendo que as próximas eleições presidenciais nos Estados Unidos são já em novembro e o adversário Republicano a Biden será, quase certamente, o ex-presidente Donald Trump.

Este tipo de acordo, em que se comprometem a manter o apoio a longo prazo, foi assinado anteriormente por outros 12 países.

Inglaterra foi o primeiro país a assinar um dos acordos de segurança com a Ucrânia por 10 anos. O acordo formalizou uma série de apoios para continuar a garantir segurança à Ucrânia, incluindo a partilha de inteligência, a segurança cibernética, a formação médica e militar e a cooperação industrial de defesa.

Seguiram-se a Alemanha e França. Posteriormente, aderiram Portugal, Espanha, Bélgica, Itália, Países Baixos, Dinamarca, Canadá, Finlândia e Letónia.

Os Estados Unidos e a Polónia lançaram conjuntamente, na passada segunda-feira, um Grupo de Comunicações da Ucrânia (UCG), com sede em Varsóvia, para apoiar a Ucrânia "contra a agressão da Rússia no espaço da informação".

A Rússia invadiu a Ucrânia no dia 24 de fevereiro de 2022. A guerra há provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os dois beligerantes mantêm-se irredutíveis nas suas posições territoriais e sem abertura para cedências negociais.

Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas têm-se confrontado com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais.

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