Os aliados ocidentais celebram esta quinta-feira os 80 anos do desembarque da Normandia, França, que foi decisivo para o curso da II Guerra Mundial na Europa, numa altura em que a guerra assola novamente o continente.Também para hoje estão previstos encontros bilaterais do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, um dos convidados, em especial com Joe Biden.
Para Germano Almeida é importante continuar a assinalar esta data e demonstrar a união que várias nações podem conseguir fazer numa altura de grandes conflitos mundiais.
"É fundamental defender as democracias de eventuais ameaças de invasões de ditadores".
Faz hoje 80 anos e britânicos americanos e canadianos, cerca de 24000 soldados desses três países, fizeram a maior invasão por mar da História. Uma operação anfíbia absolutamente inacreditável em cinco praias da Normandia para libertar a Europa da invasão nazi.
"Se isso nos devia parecer algo já demasiado distante e apenas num lugar da História, hoje temos a noção que a Europa, ao contrário do que Vladimir Putin disse, está mesmo sob ameaça de um ditador que neste caso é Vladimir Putin".
Como salienta Germano Almeida, "embora a História não se repita, nós devemos aprender com ela para que os valores essenciais, que achávamos que estavam perfeitamente assegurados - a liberdade, a democracia, a soberania - a verdade é que não estão e temos que lutar por eles e preservá-los".
Rússia excluída das cerimónias
Há 20 anos e há 10 anos, Vladimir Putin esteve nas comemorações dos 60 e dos 70 anos do dia D. Há 20 anos, em 2004, Vladimir Putin estava há pouco tempo no Kremlin e "parecia que a Rússia, pós queda do Muro de Berlim e pós final da Guerra Fria, queria entrar no concerto das Nações, ou seja, a parecia que as relações da Europa e dos Estados Unidos com a Rússia iriam no bom caminho."
Dez anos depois, em 2014, já havia um claro sinal de aviso: tinha havido meses antes a anexação russa da Crimeia. Mesmo assim, Putin manteve-se com esse lugar.
"Eu acho que fez bem a França, que organizou as comemorações, de colocar a Rússia de fora, não só Putin, mas toda a Rússia, por uma razão muito simples, porque a Rússia, neste momento, desde 24/02/2002, pôs-se de fora daquilo que foi o sistema Internacional baseado em regras e direito que decorre precisamente do final da Segunda Guerra Mundial".
Encontros bilaterais do Presidente ucraniano
Na reunião que vai ter com Joe Biden, onde será esperado que peça novos apoios, mas já sabemos que do lado do Norte americano, a garantia de que não vão enviar tropas para o terreno.
"Nós não sabemos qual vai ser a evolução da situação na Ucrânia. Sabemos que um eventual cenário de envio de tropas para o terreno seria o último reduto que ninguém deseja"
Desde 24 de fevereiro de 2002, o Presidente Biden queria fazer tudo para defender a Ucrânia, colocando de parte a hipótese de enviar tropas americanas para o terreno.
No entanto, Macron, por exemplo, já alterou a sua posição e diz que não pode excluir nenhum cenário.
"Esperemos que não se chegue a um ponto em que também os Estados Unidos tenham que alterar a sua posição".