A ofensiva militar israelita em Gaza, iniciada em outubro e com o registo de milhares de mortos, vai prolongar-se pelo menos mais sete meses com o objetivo de destruir o Hamas, avançou esta quarta-feira um assessor governamental de Segurança Nacional.
"Teremos outros sete meses de luta para garantir o que definimos como 'destruição das capacidades governamentais e militares do Hamas'", garantiu Tzachi Hanegbi, assessor do primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu para assuntos de segurança nacional em entrevista telefónica desde Chipre à rádio pública Kan.
Israel lançou uma ofensiva militar contra a Faixa de Gaza, enclave palestiniano controlado pelo Hamas desde 2007, após os ataques do Hamas de 7 de outubro de 2023 em solo israelita.
Posteriormente, no passado dia 6 de maio, Telavive desencadeou uma ofensiva terrestre sobre Rafah, no sul da Faixa de Gaza, onde o Exército indica que permanecem quatro batalhões do movimento islamita palestiniano Hamas.
Desde essa data mais de um milhão de pessoas concentradas em Rafah foram forçadas a deslocar-se face ao avanço das tropas israelitas em direção ao centro da cidade a partir da zona leste.
"No interior de Gaza, as Forças de Defesa de Israel controlam agora 75% do 'corredor de Filadélfia' e creio que vão controlá-lo totalmente", disse Hanegbi, numa referência aos últimos movimentos de tropas nesta faixa estratégica que delimita a Faixa de Gaza com o Egito.
Segundo o assessor governamental, Israel permanece em contacto com as autoridades egípcias com o objetivo de impedir o "contrabando de armas" do Egito para a Faixa de Gaza, sugerindo que as tropas vão permanecer após garantirem o controlo militar.
"Devemos encerrar a fronteira entre o Egito e Gaza. Ninguém se vai oferecer para nos proteger, temos de nos proteger a nós mesmos", prosseguiu Hanegbi.
Netanyahu recebeu esta quarta-feira nova manifestação de apoio do senador Lindsey Graham. Pela quinta vez em Jerusalém desde o início do conflito, o político republicano norte-americano criticou o pedido do juiz do Tribunal Penal Internacional.
Graham considerou uma piada e um ato antissemita delirante, a solicitação de um mandado de captura para o chefe do Governo de Israel.
O assessor de Segurança Nacional também apontou Espanha, Irlanda e Noruega como "países hostis" pelo seu recente reconhecimento do Estado da Palestina, decisão que eleva para 146 o total de Estados-membros das Nações Unidas que assumiram essa posição.
O conflito em curso foi desencadeado pelo ataque do grupo islamita Hamas em solo israelita de 7 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.