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Quase 80 alunas e professoras envenenadas numa escola no Afeganistão

Um incidente semelhante já tinha sucedido em 2023, quando 82 meninas, oito professoras e dois zeladores foram envenenados.

JAVED TANVEER/AFP via Getty Images

Lusa

Pelo menos 64 alunas e 15 professoras de uma escola do centro do Afeganistão foram envenenadas com uma substância não identificada e tiveram de ser hospitalizados, estando três em estado crítico, avançaram hoje as autoridades afegãs.

O envenenamento das mulheres aconteceu na passada quinta-feira numa escola do distrito de Kiti, na província de Daikondi, afirmou o diretor provincial de Informação e Cultura do Governo talibã, Mustafa Saleh, numa altura em que o ensino secundário e a universidade são proibidos às estudantes femininas.

Alunas e professoras foram imediatamente hospitalizadas e, embora o estado de saúde da maioria "seja bom", segundo o responsável, "três delas estão em estado crítico".

O diretor admitiu ainda que não foi possível identificar a substância com que foram as mulheres foram envenenadas nem os responsáveis ou os motivos.

O Afeganistão sofreu um episódio semelhante em junho de 2023, quando pelo menos 82 meninas foram envenenadas em duas escolas no norte do país, juntamente com oito professoras e dois zeladores.

Mulheres no Afeganistão

As mulheres afegãs sofreram um grave revés nos seus direitos desde que os talibãs chegaram ao poder, em agosto de 2021, na sequência da retirada dos Estados Unidose aliados ocidentais daquele país.

Desde então, os fundamentalistas proibiram o ensino secundário e universitário às meninas e obrigaram as mulheres a cobrir o rosto e corpo e a só sair à rua quando acompanhadas por um membro masculino da sua família.

Esta regressão de direitos lembra cada vez mais a posição seguida pelos talibãs durante o seu regime anterior, entre 1996 e 2001, quando, com base numa interpretação rígida do Islão e no seu estrito código social conhecido como Pashtunwali, proibiram a frequência das mulheres nas escolas e confinaram-nas estarem apenas em casa.

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