A mulher que levou o tio morto ao banco saiu esta quinta-feira da prisão de Bangu, no Rio de Janeiro, no Brasil. Investigada por suspeitas de homicídio por negligência e acusada de profanação de cadáver e fraude, Érika Souza Vieira Nunes vai agora aguardar por julgamento em liberdade.
O caso remonta a 16 de abril, quando a mulher de 42 anos levou o tio morto a um banco, na tentativa de obter um empréstimo. A brasileira foi detida em flagrante delito no mesmo dia.
Na passada quarta-feira, foi formalmente acusada de profanação de cadáver e fraude. No entanto, as acusações podem vir a aumentar, uma vez que a Polícia Civil está a investigar a mulher por homicídio por negligência.
Depois de mais de duas semanas em prisão preventiva, a justiça brasileira ordenou a libertação de Érika Souza. A juíza encarregue do caso determinou como medidas de coação a apresentação periódica e a proibição de se ausentar da comarca num período superior a sete dias.
A brasileira foi esta quinta-feira libertada. Saiu do estabelecimento prisional acompanhada da advogada e encontrou cá fora a família.
Em declarações ao jornal O Globo, o filho mais velho, Eliseu Nunes dos Santos, afirmou que a saída da mãe é uma vitória e que ela "ainda vai provar a sua inocência".
"Estamos felizes com a saída dela. Minha irmã mais nova pergunta por ela todos os dias. Minha mãe vai conseguir provar sua inocência e tentar voltar para normalidade. Estamos sofrendo com a partida do tio Paulo. Foram duas perdas grandes, a partida dele e a prisão dela. Agora, é orar por justiça", disse ao jornal brasileiro.
Já a advogada Ana Carla de Souza revelou que a mulher ficou muito emocionada quando soube que ia aguardar por julgamento em liberdade: "Existem perguntas que só a Érika pode responder. Neste primeiro momento ela não quer falar sobre o tio. Ela chorou muito ao saber da liberdade."
O caso insólito
Érika Souza dirigiu-se ao banco com o tio numa cadeira de rodas e tentou que Paulo Roberto Braga assinasse um documento que autorizava o empréstimo de mais de 17.000 reais (cerca de 3.000 euros).
A mulher simulou uma conversa e pediu ao familiar para assinar o documento. Os funcionários do banco, na zona oeste do Rio de Janeiro, desconfiaram do estado de saúde do homem e filmaram o momento.
A polícia foi chamada ao local e, segundo as autoridades, o homem já estava morto há algumas horas. Quando foi levada para a esquadra, para prestar esclarecimentos, a mulher afirmou que cuidava do tio diariamente e que este estava debilitado.
De acordo com O Globo, a defesa da brasileira de 42 anos assegura que Paulo Braga estava vivo até entrar na agência bancária.