Começou esta terça-feira a ser julgado na Tailândia o chef espanhol Daniel Sancho, acusado do homicídio do cirurgião colombiano Edwin Arrieta. Aos 30 anos, corre o risco de ser condenado à morte.
Edwin foi assassinado e desmembrado em agosto de 2023, numa viagem à Tailândia onde tinha planeado encontrar-se com Daniel, para o conhecer pessoalmente, depois de terem mantido um caso à distância durante quase um ano.
Pelas redes sociais, trocavam mensagens e imagens íntimas e, segundo a investigação, acabaram por se envolver sexualmente na Tailândia. Mas o caso não acabou bem para o colombiano de 44 anos.
Depois de ser morto e desmembrado, partes do seu corpo foram espalhadas pela ilha de Koh Phangan. Daniel foi detido pouco tempo depois pelas autoridades e chegou a acompanhá-los a vários locais para que o corpo pudesse ser recuperado.
“Primeiro lutaram, de acordo com as provas no local [do crime]. Daniel deu-lhe um murro, depois o médico [Arrieta] caiu e bateu com a cabeça no lavatório, mas não morreu nesse momento, mas sim quando [Sancho] começou a cortar-lhe o pescoço, segundo os peritos forenses”, informou um polícia tailandês, na altura, sobre os resultados da autópsia.
Em prisão preventiva desde então, Daniel é acusado de homicídio qualificado, ocultação de cadáver e de provas. Agora, enfrenta um julgamento que pode terminar com uma condenação à morte.
Mesmo que seja condenado, é pouco provável que a pena de morte seja executada, já que a Tailândia não o tem feito nos últimos anos, mantendo os condenados presos perpetuamente. Há, neste momento, 254 pessoas no ‘corredor da morte’ na Tailândia. A última execução aconteceu em 2018.
Daniel Sancho tem ainda outra hipótese: ver-lhe ser concedido um indulto pelo Rei da Tailândia. Se for condenado à morte, o espanhol pode apresentar esse pedido. Se o Rei o conceder, Daniel passará o resto da vida preso, como acontece com o espanhol Artur Segarra, condenado à morte pelo homicídio de outro espanhol, David Bernat, em 2016.
O julgamento do chef decorre até dia 23 de abril.