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EUA 2024: Trump e Biden "não têm muito consenso, mas irão debater-se em novembro"

Ana Cavalieri, analista de Ciência Política, explica ainda o motivo que leva Nikki Haley a manter-se na corrida pela nomeação republicana, apesar de Trump ter sido o "grande vencedor" da Super Terça-Feira.

Ana Cavalieri

SIC Notícias

A analista de Ciência Política aborda, em direto na antena da SIC Notícias, os resultados das primárias dos EUA da noite passada, que mostram o que é cada vez mais evidente: Trump e Biden serão candidatos à Casa Branca.

Ana Cavalieri entende que os resultados da Super Terça-Feira revelam que Nikki Haley "já não tem uma candidatura, nem uma campanha viável". Para a analista, a vitória esmagadora de Trump na noite passada confirma o que já se sabia: Trump "iria ser o grande vencedor da noite".

No entanto, nota que o partido Republicano está ligeiramente dividido entre o ex-Presidente e a antiga governadora da Carolina do Sul.

"A base Republicana está a apoiar, na sua grande maioria, Trump. Eles acham que Trump foi injustiçado há quatro anos e acham que existem alguns processos judiciais que estão a ser utilizados como arma de arremesso político numa instrumentalização da justiça, pelo que para muitos Republicanos é uma questão de honra, é uma questão de princípio, é uma questão de justiça que Trump consiga a nomeação", esclarece.

Haley não desiste por uma “questão de princípios”

Faz notar que Nikki Haley "é ainda uma representante do 'mainstream', do 'status quo' do partido Republicano que não representa bem os interesses da classe trabalhadora que agora é o eleitorado principal" do partido Republicano.

Mas porque é que a candidata ainda não abandonou a corrida apesar das derrotas consecutivas para Donald Trump? Ana Cavalieri acredita que é por uma "questão de princípios":

"Quer fazer com que o partido Republicano não seja totalmente engolido pelo tipo de política de Trump".

Biden está "num dilema político"

Sobre Joe Biden, a analista política acredita que o líder da nação está "num dilema político" devido ao conflito que se abate sobre o Médio Oriente, isto porque os eleitores moderados e independentes "iriam rebelar-se contra o atual Presidente se ele agora retira-se o apoio a Israel", mas, por outro lado, os eleitores mais jovens, de esquerda e da comunidade árabe americana "estão muito zangados com por esta sua política relativamente a Israel".

A analista garante que os temas que irão preocupar os norte-americanos durante os próximos meses, e que serão fulcrais para a nomeação dos candidatos, serão a "imigração e a inflação".

"Nessas duas prioridades, Biden tem altos níveis de rejeição", atira.

Já Trump "tem outro tipo de problemas", nomeadamente "a rejeição da sua retórica e alguma desconfiança da sua moralidade".

"São dois candidatos que, neste momento, não têm muito consenso, mas serão eles que irão debater-se agora em novembro", vinca.

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