Numa ação de campanha pela reeleição, Vladimir Putin descreveu, esta sexta-feira, a ofensiva militar na Ucrânia como uma batalha pela sobrevivência da Rússia. Uma narrativa recorrente quando está prestes a cumprir-se o segundo ano sobre a invasão do país vizinho.
Ao longo de semanas, o termo ‘impasse’ destaca-se nas notícias sobre a guerra na Ucrânia mas ainda que seja inverno, não é possível hibernar.
Os hospitais de campanha são um espelho do que se passa na linha da frente. Porta de entrada para Donetsk, Avdiivka é um ponto estratégico e palco de intensos combates.
A poucos quilómetros da frente de Bakhmut, vários militares chegam com ferimentos graves. O médico em permanência diz que não há um dia em que não recebam feridos. Houve períodos em que eram mais de 200 diariamente, a cidade ficou conhecida como trituradora de homens.
Moscovo mantém a narrativa de que apenas visa alvos militares. Ainda não se cumpriram dois anos de guerra e já se contabilizam mais de 10 mil civis mortos.
Nas últimas horas a defesa aérea ucraniana abateu 11 dos 24 drones Shahed, que foram lançados contra as regiões de Dnipro e Kirovograd, Kharkiv e Kherson, no sul.
Em Beryslav, perto da cidade de Kherson, dois trabalhadores humanitários franceses morreram no raide russo. Emmanuel Macron condenou o ataque, que classificou de “ato cobarde”.
O ministro francês dos Negócios Estrangeiros afirmou que a Rússia vai ter de responder pelos crimes e sobre potenciais violações da Rússia na Ucrânia que o Tribunal Internacional de Justiça deverá pronunciar-se em breve.
Sobre Putin já pende um mandado do Tribunal Penal Internacional, mas o presidente russo prossegue o plano que arquitetou com a invasão da Ucrânia, utilizando na campanha para a reeleição, que acontece já a 15 de março.