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Agricultores franceses desmobilizam protesto apesar de ainda haver resistência

Foram duas semanas de bloqueios e negociações, não só com o governo francês, mas também com a Comissão Europeia. Quem saiu por cima foram os agricultores, que terão mais dinheiro investido no setor.

Augusto Madureira

Os agricultores franceses já começaram a desmobilizar, apesar de ainda haver alguns focos de resistência. Os principais sindicatos deram ordem para terminar os bloqueios e os protestos entram agora numa nova fase, depois das evidentes cedências aos agricultores por parte do presidente, do primeiro-ministro e da própria Comissão Europeia.

Ao fim de duas semanas de bloqueios, os primeiros agricultores começaram a desmobilizar. Os dois maiores sindicatos franceses apelaram para a suspensão dos protestos: a pressão deve deixar as estradas e passar para os gabinetes políticos.

Os agricultores ainda não venceram a guerra, mas, pelo menos, esta batalha está ganha. Passam a ter mais 150 milhões de euros por ano, de ajudas do governo francês, obrigado a reconhecer que podia ter feito mais.

A batalha também foi ganha contra o presidente Macron. Em França há agora um novo conceito: "soberania alimentar".

As ajudas de Bruxelas passam também a ser mais. Financeiras, mas não só.

A batalha também foi ganha contra a atual política agrícola e a comissão europeia.

Nas conversações em Bruxelas, acabaram por estar presentes dirigentes de sindicatos agrícolas de vários países europeus.

O primeiro-ministro da Hungria é dos que defendem que a Europa deve mudar, e não só na política agrícola.

É também o que pensarão muitos dos que prosseguem a luta, e não abandonam a estrada, em França e noutros países. A batalha pode estar ganha, mas a guerra ainda não.

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