No ano passado, Julia expôs nas redes sociais a possibilidade de ser a menina inglesa desaparecida, Maddie McCann. "Queria saber quem sou", justifica. Ainda que as parecenças existissem, e outras coincidências também, os testes realizados confirmaram que não se tratava de Maddie.
Julia foi abusada sexualmente quando era criança. E quando, aos 20 anos, percebeu que lhe faltavam memórias de infância, depois de ter começado a fazer terapia, pensou que poderia ter sido adotada. A família não terá respondido às suas questões, fazendo com que Julia acreditasse que as suas suposições eram, de facto, verdade.
As semelhanças físicas com Maddie era notórias. Mas o que mais se destacava era o facto de ambas terem um coloboma na íris, uma rara anomalia ocular que afeta um em cada 10 mil bebés.
Mas este não foi o único fator que fez com que Julia acreditasse ser Maddie. Julia acreditou reconhecer um dos potenciais suspeitos do caso, afirmando que seria também ele o seu agressor.
"Eu conheço a aparência do meu agressor. E sei que é muito, muito parecido com os suspeitos da página da Madeleine McCann", disse.
Após tornar mundialmente conhecida a sua suposição de identidade, realizou variados testes de ADN que mostraram não só que era mesmo polaca, com ascendências lituana e romena, como excluíram por completo a possibilidade de ser a menina desaparecida em Lagos, em 2007.
Depois de tudo isto, a jovem emitiu um pedido de desculpas dirigido ao casal McCann.
“Pedi desculpas aos McCann porque não os conheço pessoalmente. Não sei se assistiram a esta jornada (…). Não queria que eles se sentissem tristes. Eu queria saber quem sou e sabia que isso poderia deixá-los tristes", sustenta.
De acordo com a BBC, que terá contactado fontes próximas dos McCann, estes estarão dispostos a perdoar Julia, aceitando o seu pedido de desculpas.
Julia sente-se agora em paz com o que aconteceu. Afirma que no início de todo este processo não sabia quem era, "sentia que não pertencia a este lugar".
"Hoje percebo que sou forte, uma lutadora e não sou uma pessoa fraca”, afirma Julia.