O Secretário-Geral da NATO visita os Estados Unidos para desbloquear as verbas para a Ucrânia que os republicanos no Congresso não querem libertar. Para Ricardo Alexandre, pode ser decisivo “mas está obviamente condicionado pelo momento político que os Estados Unidos vivem”.
A Administração Biden quer um reforço de 61.000 milhões de dólares para ajuda à Ucrânia, cerca 58.000 milhões de euros.
“Está complicado porque os republicanos querem, sobretudo, que a administração invista na fronteira sul, na fronteira com o México, que tem assistido à maior vaga de de imigração e de entrada de imigrantes dos últimos tempos, o número absolutamente recorde”.
Perante essa crise que os Republicanos entendem como sendo de segurança interna, “preferem que o reforço seja feito lá e não na continuação do apoio astronómico à Ucrânia”.
Acusações de corrupção na Defesa da Ucrânia
O Ministério da Defesa ucraniano anunciou que recuperou 1.500 mil milhões de hryvnias [mais de 36 milhões de euros] que tinham sido transferidos para um intermediário na compra sobrevalorizada de munições de artilharia.
Um dos argumentos utilizado pelos Estados Unidos é que há a falta de transparência na aquisição de armamento por parte da Ucrânia.
“A Ucrânia ainda ontem divulgou detenções e avanços na investigação sobre casos de corrupção que permitiram desviar muitos milhões de euros da compra de armamento, foi anunciado ontem pelo Ministério da Defesa, ou seja, há preocupação da Ucrânia em responder as às exigências em matéria de transparência do Ocidente que lhe que lhe empresta o dinheiro, que lhe empresta as armas”.
Os analistas dizem que os próximos meses serão decisivos e “acho que a dramatização do discurso quer do Presidente Zelensky e quer de outros altos representantes ucranianos indicam isso: os próximos meses podem ser decisivos”.
"Ou a Ucrânia consegue de facto suster os avanços russos que que no todo não são muito significativos, mas é um intensificar da pressão em números cada vez maiores. A Federação Russa está a mobilizar 50000 homens por mês, tem uma capacidade de emprego de munições muitíssimo superior à Ucrânia, recebeu fornecimentos elevados da Coreia do Norte. A Ucrânia não tem nada disso e está a tentar lutar com o pouco que vai chegando.
Financiamento da UE à UNWRA dependerá de investigação
O apoio comprometido aos refugiados por conta do alegado envolvimento de membros da Agência da ONU nos ataques de 7 de Outubro.
“O corte de apoios pode provocar uma catástrofe ainda maior e estamos a falar de, não só dos quase 2 milhões de deslocados da Faixa de Gaza, como também vários milhões de palestinianos que ao longo de décadas se viram privados do seu Estado, do seu território, que estão nos países limítrofes, onde esta agência, a UNRWA, também presta assistência. Estamos a falar de cerca de 6 milhões de palestinianos em toda a região do Médio Oriente, que ficou em condições muitíssimo piores”.
O alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, manifestou ao secretário-geral da ONU que a ajuda à Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA) dependerá da investigação ao alegado envolvimento em terrorismo.
Borrel “pôs as coisas como deviam ter sido postas desde o início, ou seja, explicar às Nações Unidas que os compromissos estão a ser mantidos, mas que os próximos financiamentos da agência podem ficar em causa estão dependentes das investigações. Esta devia ter sido a postura quando o caso rebentou e não a tomada de posições unilaterais, como fizeram alguns países”.