Um bloqueio de agricultores franceses, convocado pelos principais sindicatos do setor, ameaça esta segunda-feira paralisar Paris, com as autoridades a mobilizarem as forças de segurança em grande escala para minimizar o impacto do protesto. A mobilização dos agricultores franceses intensificou-se na passada quarta-feira, com novos bloqueios de estradas para pressionar o Governo e obter respostas rápidas a uma série de reivindicações do setor.
O vídeo divulgado pela agência Reuters mostra o momento, registado na sexta-feira, em que os agricultores incendeiam e abalroam um camião carregado com pimentos em Narbonne, no Sudoeste do país.
Os agricultores de França, o maior produtor agrícola da União Europeia, queixaram-se da concorrência desleal por parte de rivais em países com uma regulamentação menos restritiva. Durante a última semana, montaram bloqueios nas autoestradas para chamar a atenção para a sua causa. Além de destruírem veículos de transporte de produtos agrícolas, também danificaram propriedades, incluindo escritórios do governo local.
Na sexta-feira, o Executivo de Paris abandonou os planos para reduzir gradualmente os subsídios estatais ao gasóleo agrícola e anunciou outras medidas para reduzir as pressões financeiras e administrativas que os agricultores enfrentam. Contudo, os agricultores mantiveram protestos a nível nacional exigindo melhores salários e condições de vida.
O ministro do Interior da França, Gérald Darmanin, pediu no domingo às forças de segurança que implementassem "um importante dispositivo defensivo" para proibir os agricultores de "qualquer entrada em Paris".
Já hoje, o Governo francês prometeu apresentar, no prazo de 48 horas, novas medidas a favor dos agricultores e anunciou que pretende renegociar medidas na cimeira da União Europeia, marcada para quinta-feira
A mobilização dos agricultores em França pretende denunciar, sobretudo, a queda de rendimentos, as pensões baixas, a complexidade administrativa, a inflação dos padrões e a concorrência estrangeira.
Os principais sindicatos agrícolas anunciaram a intenção de realizar um “cerco à capital por tempo indeterminado”, a partir da tarde de segunda-feira, no início de uma “semana de todos os perigos”.