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Ataques no Médio Oriente" têm em comum serem marionetas do Irão, que quer desestabilizar a região"

Para Germano Almeida, a possibilidade de um novo acordo entre Israel e o Hamas não existe "enquanto a palavra cessar-fogo estiver na solução, Israel não vai aceitar".

Germano Almeida

Um ataque lançado por milícias pró-Teerão vitimou três soldados norte-americanos na fronteira Jordânia-Síria “é mais um episódio de vários desde 7 de Outubro”, integrado em vários episódios que estão a acontecer no Médio Oriente, com o Irão a destabilizar a região, considera Germano Almeida.

“7 de Outubro foi um ataque do Hamas ao território Israelita, começa uma guerra de Israel em Gaza. Mas com esse pretexto, interesses de proxys iranianos aproveitaram isso para atacar interesses americanos e israelitas e, portanto, sabemos quem fez isto, foi reivindicado foi um grupo de milícias de resistência islâmica pró iranianas”.

O Irão demarca-se, mas o Egito, condenou fortemente o ataque. É mais um episódio de vários desde 7 de Outubro, como o que está a acontecer no Mar Vermelho relativamente aos ataques dos Houtis do Iémen.

“Têm em comum serem proxys iranianos, marionetas do Irão que quer desestabilizar a região, diabolizar os americanos e os israelitas e tentar lançar uma espécie de guerra muçulmana contra a presença de americanos, britânicos naquela região região”.

Relativamente à questão dos Houtis, “não devemos desvalorizar as consequências económicas para nós, Europa, são muito significativas, as ações do Reino Unido e Estados Unidos de tentativa de contenção continuam, mas não resolveram ainda”.

Fim de semana de negociações e de esforços diplomáticos

A possibilidade de um novo acordo entre Israel e o Hamas não existe "enquanto a palavra cessar-fogo estiver na solução, Israel não vai aceitar", afirma Germano Almeida sobre o encontro em Paris entre o chefe da secreta israelita Mossad, da norte-americana CIA , do Sin Bet israelita, do Primeiro-Ministro do Qatar e do chefe das secretas egípcias.

“Houve um ponto de partida, as conversações não correram mal. Houve uma espécie de princípio de acordo para se conseguir uma trégua que passa essencialmente por duas fases: um primeiro mês. libertando os reféns como mulheres, idosos feridos e depois um segundo mês com reféns mais difíceis que o Hamas aceitar libertar nomeadamente os homens e soldados”.

Israel considerou construtiva a reunião, foi importante que Netanyahu não tenha fechado completamente a porta.

"Mas a verdade é que Israel não aceita ainda o cessar-fogo e enquanto a palavra cessar-fogo estiver na solução, Israel não vai aceitar.

Ajuda dos EUA à Ucrânia

O Secretário-Geral da NATO, Stoltenberg vai até aos Estados Unidos para ajudar no desbloqueio do impasse de entrega de mais ajuda à Ucrânia. Germano Almeida considera que a situação é difícil.

"Tenho muitas dúvidas porque é importante esses bons ofícios de Stoltenberg, é muito importante que Biden não desista, mas temos que ser realistas. Biden está refém da articulação entre a maioria republicana trumpista no Congresso na Câmara dos Representantes e os interesses eleitorais da agenda da campanha de Donald Trump, enquanto Donald Trump, as primárias lhe vão correndo bem. Fica ainda mais difícil porque fica a ideia que Trump está a ganhar politicamente com este bloqueio.

Os próximos dias são decisivos para a Ucrânia. Há um encontro no início de Fevereiro entre Biden e Scholz, até porque são os maiores aliados no que diz respeito à entrega de ajuda à Ucrânia,

Na quinta-feira, Conselho Europeu extraordinário, muito importante para perceber se o bloqueio húngaro é desbloqueado ou não. No dia 9 vai haver um ponto de situação com Biden e Scholz vão fazer uma espécie de ponto de situação de como fazer e como desbloquear estes apoios.

Antecipar também a Cimeira da NATO de de Julho e também já agora falar falar também de Gaza, porque é um ponto importante entre Estados Unidos e Alemanha resolver essa questão.

"Infelizmente, são duas guerras que, embora com realidades diferentes, estão neste momento articuladas".

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