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"Estamos no risco maior de alastramento do conflito"

O comentador da SIC Germano Almeida considera que o ataque que matou o número dois do Hamas em Beirute, a crescente tensão entre Hezbollah e Israel e o ataque no Irão que fez quase 100 mortos são indicadores do cada vez maior risco de alastramento do conflito a toda a região.

Germano Almeida

O ataque que matou o número dois do Hamas em Beirute, a crescente tensão entre Hezbollah e Israel e o ataque no Irão que fez quase 100 mortos são indicadores do cada vez maior risco de alastramento do conflito a toda a região. Blinken viaja de novo até à região e Germano Almeida sublinha que é importante que a viagem corra bem.

A quarta viagem do chefe da diplomacia americana à região desde o 7 de Outubro “é importante que corra bem para a possibilidade de pôr água na fervura”. Blinken irá não só a Israel, mas também à Cisjordânia, Jordânia, provavelmente também Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita.

“Estamos no risco maior de alastramento do conflito das últimas semanas na sequência, primeiro da operação cirúrgica, obviamente feita por Israel, embora não reivindicada, em Beirute, que matou o número 2 do Hamas há dois dias, e depois a nova frente de grande tensão entre Hezbollah e Israel desde aí”.

Germano Almeida destaca “o discurso inflamado ontem do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, o mesmo que há semanas tinha dito que nada tinha a ver com o 7 Outubro e que ontem diz que não se demarca do 7 de Outubro, diz que o Hezbollah está mais corajoso que nunca para começar a guerra, faz avisos a Israel".

Nas horas seguintes, o Hezbollah volta a atacar Israel, que também ataca, causando pelo menos a 9 mortes de membros do Hezbollah, nomeadamente um líder local, na aldeia de Yorum, no Sul do Líbano.

Ataque no Irão fez pelo menos 100 mortos

Ontem, um ataque a um porta-aviões que se dirigia para Israel e o ataque no Irão que fez mais de 100 mortos.

O porta-voz americano John Kirby disse que não tem qualquer indicação que Israel tenha sido responsável pelo atentado ontem no Irão em Kerman, a 820 km do Teerão morreram quase 100 pessoas.

“O regime iraniano tentou de algum modo culpabilizar Israel, embora não assumidamente, dizendo ter indicações que podiam ser Israel. Não há qualquer indicação relativamente a isso e, portanto, essa é a posição americana”.

A administração Biden até lançou ontem à noite, a ideia de que, teoricamente poderia ser o Daesh, uma organização terrorista rival do Irão.

"A verdade é que a questão aqui é que o Irão, sendo perturbador continental que tem como proxys o Hamas em Gaza, na Palestina, e o Hezbollah, no Líbano teria interesse em lançar a ideia que teria sido Israel".

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